As manifestações em defesa da educação pública e contra os cortes de verbas das Universidades e Institutos Federais, convocadas pela UNE, UBES e várias entidades sindicais que representam os profissionais de educação, levaram novamente centenas de milhares às ruas de todo o Brasil. Embora em menor número do que no 15M, as manifestações de ontem foram muito fortes e superaram, na maioria das grandes cidades brasileiras, os protestos reacionários pró-Bolsonaro do último domingo (26). Mais uma vez, com os estudantes à frente, mas também com grande presença dos professores e funcionários da educação, elas demonstram, de forma inequívoca, que o movimento em defesa da educação pública e contra os ataques do governo de extrema-direita está firme e apenas começou.
Foram manifestações nacionais que chegaram a acontecer em mais de 130 cidades, em pelo menos 25 estados, além do Distrito Federal, segundo a própria imprensa. Os maiores protestos novamente ocorreram nas principais capitais do país, em especial: São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Fortaleza, Brasília, entre outras.
Inclusive, o movimento de estudantes e professores vem ganhando cada vez mais a simpatia e apoio da população. Afinal, muitos sabem da grande importância dos investimentos na educação pública para o futuro da juventude e do próprio país e já estão percebendo também que, com Bolsonaro no governo, a vida do povo trabalhador só piora. Afinal, nos primeiros meses do governo a economia voltou a encolher, o desemprego aumentou na maior parte do país, os serviços públicos estão abandonados e a desigualdade de renda e a injustiça social só se aprofundam.
Enfim, o governo Bolsonaro e a maioria corrupta e reacionária do Congresso Nacional querem jogar sobre os ombros da maioria da população todo o peso da crise econômica que se avizinha.
Cresce também a percepção de uma parte expressiva do povo de que a famigerada reforma da previdência não combate privilégios, e quer, na verdade, impedir muitos de se aposentarem, avançando na destruição da Previdência Social.
Enquanto isso, as grandes empresas e bancos devem mais de R$ 500 bilhões aos cofres da Previdência e ninguém do governo, do Congresso ou do Poder Judiciário faz nada para cobrar esta dívida absurda dos ricos e poderosos. Não à toa, para além da Educação, a pauta contra a Reforma da Previdência também marcou os protestos desta quinta-feira (30), com presença forte nas falas das organizações que compuseram as manifestações.
O Ministro da Economia, Paulo Guedes, já afirmou que quer privatizar o que sobrou de nossas estatais, a começar pelas Refinarias da Petrobrás e os Correios, e entregar as nossas riquezas, como a Amazônia, o Petróleo e o Pré-sal, para exploração de empresas estrangeiras, especialmente dos EUA.
Ao invés de atender às justas reivindicações de estudantes e profissionais de educação, Bolsonaro prefere seguir na sua escalada autoritária, querendo calar todo tipo de oposição, como vimos no seu apoio esfuziante aos protestos reacionários do último domingo.
Nossas mobilizações, nas próximas semanas, devem pautar também a defesa das liberdades democráticas e contra as opressões; a denúncia da política genocida de extermínio da juventude negra, os ataques aos direitos das mulheres e da comunidade LGBT, a luta contra o dito projeto “anti-crime” do Moro; a defesa do #Lulalivre e a cobrança: quem mandou matar Marielle e Anderson?
As manifestações de ontem foram muito importantes, pois dão um sentido de continuidade ao expressivo movimento iniciado no 15M, e servem como uma grande “esquenta” para a Greve Geral do dia 14 de junho. Nas batalhas de maio contra Bolsonaro, ganhamos maioria nas ruas.
Preparar a Greve Geral pela base
Após a força das manifestações nacionais do 15M e do 30M, a prioridade absoluta dos movimentos da classe trabalhadora, da juventude e dos oprimidos deve ser preparar pela base uma grande Greve Geral no dia 14 de junho.
Devemos fazer como os trabalhadores da Argentina, que realizaram, no último dia 29 de maio, a sua sexta Greve Geral contra os ataques aos direitos sociais desferidos pelo governo de direita do atual presidente Macri, amigo e aliado de Bolsonaro.
O momento exige a máxima unidade de ação. Devemos multiplicar as banquinhas nos locais de trabalho, estudo e moradia para ampliar o diálogo com a população, intensificando o trabalho com o abaixo-assinado contra a reforma da previdência.
Os sindicatos devem convocar assembleias de base em todas as categorias para não só votar a participação na Greve Geral, como também avançar na organização da mobilização. O movimento estudantil deve seguir o atual processo de luta, construindo ainda mais a unidade entre a juventude e os trabalhadores. As centrais sindicais, a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo devem convocar plenárias de mobilização em todos os estados e cidades mais importantes.
A luta contra esse governo de extrema-direita não é uma tarefa fácil. Mas, o único caminho possível para resistir é apostar na mobilização e organização contra a reforma da previdência, os ataques à educação pública e as privatizações, defendendo a soberania nacional.
Vamos derrotar o governo Bolsonaro nas ruas!
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