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MUNDO

Greve geral paralisa a Argentina

Renato Fernandes, de Campinas, SP

Greve geral na Argentina

Nesta terça-feira, 30/04, ocorreu a quinta greve geral contra o governo Macri na Argentina. Pararam trabalhadores do transporte (de caminhões, aviões, metrô e parcialmente dos ônibus). Em cidades como Rosário e Buenos Aires a paralisação foi forte, ainda que a principal central sindical, a CGT, tenha boicotado a paralisação – somente alguns sindicatos da central convocaram a paralisação, junto às duas CTAs.

A paralisação contou com a adesão de outras categorias, como docentes, nas mais diversas províncias do país, além de funcionários do setor privado como os ceramistas de Neuquén, trabalhadores do setor automotriz de Rosário, entre outros.

A greve ocorreu contra a política econômica do governo de Maurício Macri. Política que está destruindo a Argentina com o aumento da pobreza, da indigência e está subordinando a Argentina ao FMI mais uma vez.

Ato principal, das centrais, chegando na Praça de Maio

O principal ato, na Praça de Maio, em frente à sede do governo argentino, contou com cerca de 200 mil pessoas segundo os organizadores. No ato, ao invés de convocar um plano de luta, os principais dirigentes sindicais chamaram a uma ampla frente nacional para derrotar Macri nas eleições de outubro (leia-se chamar votos nos candidatos peronistas). Essa frente fará uma reunião daqui a 20 dias para discutir os próximos passos da mobilização.

A esquerda participou das mobilizações de diferentes formas: paralisando seus locais de trabalho, nas mobilizações de rua, exigindo um plano de luta mais amplo com paralisação de 36 horas e também com atos próprios. Considerando a greve nacional, as organizações anteciparam os atos de 1° de maio para o fim da tarde. O MST realizou seu ato em frente ao Congresso Nacional. O Novo MAS realizou seu ato em frente ao Obelisco. E a FIT, que reúne o PTS, o PO e a Izquierda Socialista, realizou seu ato na Praça de Maio. Cerca de 2 km separavam um ato do outro.

Izquierda Diario
Ato da Frente de Esquerda dos Trabalhadores (FIT). Foto Izquierda Diario
Izquierda Web
Ato no Obelisco, convocado pelo Nuevo MAS. Foto Izquierda Web

A realização de atos da esquerda socialista independentes da burocracia e dos reformistas é importante. Esse é um elemento fundamental da conjuntura argentina: o peso político minoritário que a esquerda socialista conquistou no país. Sem dúvida, a maior concentração foi no ato da FIT, que é a principal força política socialista. Mas esse fato não pode apagar a tragédia que é a divisão da esquerda socialista argentina em conseguir uma unidade para apresentar-se como uma alternativa de massas a Macri e ao peronismo.

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