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BRASIL

Helder Barbalho mentiu e ainda mente. Onde estão os tais concursos públicos anunciados pelo governador do Pará?

Presidente da Associação dos Concursados do Pará cobra do governador do MDB

José Emilio Almeida*, de Belém, PA
Marcelo Camargo / Ag. Brasil

Helder Barbalho, em 2017, como ministro da Integração Nacional

Desde que assumiu o Governo do Pará, em janeiro deste ano, Helder Barbalho têm insistido no discurso de campanha e repete sem parar que uma das prioridades do seu governo é a realização de concurso público, pois, para ele, uma das metas do seu mandato seria acabar com o excesso de servidores temporários admitidos na administração pública estadual.

Para além deste discurso de palanque, a realidade é outra; Desde que sentou na cadeira de governador do Palácio dos Despachos, Hélder já realizou oito Processos Seletivos Simplificados (PSS), uma forma de contratação de temporários com base na “análise curricular do candidato”, mas que, ao final, acolhe no serviço público apenas pessoas indicadas por políticos que apoiam o governador na Assembleia Legislativa do Estado; Um deboche que teve início com Simão Jatene, ex-governador que antecedeu a Helder Barbalho.

Helder não cumpriu as promessas de campanha, segue contratando temporários e ainda mente sobre as nomeações dos aprovados em concursos realizados pelo ex-governador Simão Jatene. Passados mais de 100 dias desde que assumiu, o que se vê é muito discurso. As contratações de temporários estão ocorrendo sem dó nem piedade e diante das pessoas que estudam para concurso público, na esperança ingressarem no serviço público pela portas da frente e de forma honesta.

Os PSS realizados pelo governo atual em nada se diferencia dos realizados pelo governo anterior. Suas análises curriculares continuam sendo um mistério, já que candidato com pós graduação perde a vaga para candidato que não passou da graduação. Hélder encheu de temporários a UEPA, o Hospital de Clínicas Gaspar Viana, o Instituto de Perícias Renato Chaves, a Susipe, a Seduc entre outros órgãos que, há mais de dez anos não têm concurso público.

Na Seduc, a situação é ainda mais grave já que existem cerca de 4 mil concursados que, mesmo aprovados fora das vagas, têm os seus nomes no Edital de Homologação do Concurso Público C-173, promovido em 2018. Estes concursados não foram reprovados, nem tampouco desclassificados. A Associação dos Concursados do Pará está ajuizando uma Ação Ordinária com pedido de tutela de urgência para que os impetrantes sejam nomeados no lugar dos temporários contratados por Jatene e Hélder.

Pressionado pela Asconpa, Helder prometeu nomear, até o dia 22 de abril, 1900 professores aprovados dentro das vagas no Concurso C-173, mas até o momento, apenas parte deles foram convocados. Na próxima terça-feira, dia 23 de abril, os concursados vão à Seduc cobrar o cumprimento dessa promessa.

Nunca tivemos nenhuma ilusão em relação ao governador Helder Barbalho, cuja forma de governo já prevíamos ser a mesma de Jatene. Mudaram as pessoas e os partidos, mas a política em relação aos concursados permanece.

*José Emilio Almeida é professor e presidente da Asconpa