A Chapa 3, ligada à DS/PT/Ressignificar, UNIR e PCdoB/CTB, coordenada por Daniel Mittelbach, está acampada em frente ao sindicato, e quer tomar posse mediante anulação dos votos dos trabalhadores da Funpar do Hospital de Clínicas (HC), das urnas Maternidade Victor F. Amaral e dos Aposentados. Entre os acampados, estão representantes dos estudantes no Conselho Universitário (COUN) que votaram contra as 30 horas, um duro ataque aos servidores da UFPR.
Lamentamos que tais pessoas façam pressão para assumir o sindicato. Esse tipo de postura fragiliza a entidade e prejudica a categoria. Adotaremos todas as medidas para estabelecer a normalidade. Não permitiremos tumulto e nem danos ao patrimônio. Somos servidores e empregados públicos civilizados.
As últimas eleições do sindicato aconteceram em outubro de 2018. Foi um processo democrático, que transcorreu na mais absoluta normalidade. Antes, durante e depois do pleito, não houve nenhum questionamento sobre a sua lisura e a sua legitimidade. Na ocasião, todas as chapas concorrentes reconheceram o resultado das urnas, que deram vitória à Chapa 2 – Sempre na Luta, junto com a categoria! É um desrespeito ao conjunto da categoria que as eleições tenham sido jogadas no lixo.
É lamentável, e chama a atenção, que o questionamento sobre o direito de votar dos filiados da Funpar/HC só tenha acontecido após o resultado final das eleições. Ou seja, na hora de pedir votos e compor as chapas, esses trabalhadores serviam. Como se não bastasse a absurda e arbitrária decisão de anular votos de filiados e filiadas que contribuem e constroem há muitos anos o sindicato, a consequência mais grave é que os trabalhadores da Funpar/HC não terão mais um sindicato de luta para defender seus direitos.
Para nós, da atual direção do sindicato, é preciso respeitar a decisão democrática da categoria, dando posse à chapa vencedora (chapa 2). É inadmissível o desrespeito aos votos dos trabalhadores das urnas da Maternidade, dos Aposentados e da Funpar/HC. Por isso, vamos recorrer dessa decisão em todas as instâncias possíveis. Reforçamos, também, que não abandonaremos os trabalhadores da Funpar/HC nas negociações do Acordo Coletivo e do Termo de Ajuste de Conduta (TAC) que rediscutirá a situação dos empregos a partir do final de outubro deste ano.
Por fim, lamentamos que atitudes como essas estejam prejudicando o conjunto da categoria e enfraquecendo a entidade, que deveria estar preocupada com a luta das 30 horas, com o corte das FG´s dos técnicos e contra a Reforma da Previdência. Quem não tem competência para ganhar o sindicato no voto tenta ganhar as eleições no golpe e no tapetão. A legitimidade de dirigir o sindicato se conquista com voto, e não com arbitrariedades, bagunça, tumulto e manobras jurídicas.
ENTENDA PASSO A PASSO O CASO
A Justiça do Trabalho promulgou o resultado das ações movidas pelos servidores Janiel de Oliveira Ferreira e Elias Cordeiro de Almeida. Ambos pediam a exclusão dos votos dos trabalhadores da Funpar do processo eleitoral do sindicato, no final do ano passado, em que ganhou a chapa 2 (Sempre na luta, junto com a categoria).
A diferença é que Janiel, em sua ação, pedia o cancelamento da urna dos trabalhadores da Funpar/HC e a posse da chapa 3 (Renovação pela base), que ficou em último lugar na votação, enquanto Elias reivindicava o cancelamento do processo eleitoral. Segundo ele, todas as chapas foram compostas por trabalhadores da Funpar, e as urnas do HC, da Maternidade Vitor F. do Amaral e dos Aposentados colheram votos desses trabalhadores. Por esse motivo, exigia um novo pleito, com exclusão dos trabalhadores da Funpar.
Durante a audiência conciliatória do dia 12 de março, houve indignação e surpresa quando os trabalhadores viram Antonio Neris, candidato a Coordenador Geral pela Chapa 1, acompanhando o advogado de Elias, o senhor Luiz Alberto Marin. Outra surpresa, que igualmente trouxe indignação, foi quando os trabalhadores tomaram conhecimento de que um dos advogados de Janiel é o mesmo que apoiou a Chapa 3 na contagem (escrutínio) dos votos nas eleições do sindicato de outubro de 2018.
Tudo isso indica que existem relações muito próximas entre os proponentes das ações e as chapas derrotadas, que, na tentativa de ganhar a diretoria do sindicato, não tiveram nenhum pudor em rifar os trabalhadores da Funpar, que correm o risco de perder a sua representação sindical no meio do Acordo Coletivo de Trabalho e nas negociações do Termo de Ajuste de Conduta (TAC) que rediscutirá a situação dos empregos a partir de outubro deste ano.
A direção sindical não aceitou acordo e levou adiante os recursos, por entender que os trabalhadores da Funpar/HC sempre foram e devem continuar sendo base do sindicato. A decisão favorável à posse da Chapa 3, a chapa menos votada, deixa os trabalhadores da Funpar/HC numa situação muito difícil diante das atuais negociações do Acordo Coletivo e do Termo de Ajuste de Conduta (TAC) que rediscutirá como a situação dos empregos a partir no final de outubro deste ano.
VEJA O VÍDEO COM MARIANE SIQUEIRA, DA DIREÇÃO DO SINDITEST-PR
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