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BRASIL

Davi Alcolumbre, o neto do Rei do Ouro

Quem é o novo presidente do Senado Federal?

Por Alinne Brito*, de Macapá, AP
Marcos Oliveira / Agência Senado

Plenário do Senado durante terceira reunião preparatória destinada a eleger os demais integrantes da Mesa do Senado Federal para 56ª Legislatura. Em pronunciamento, à mesa, presidente do Senado, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP). Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Davi carrega sobre o nome a marca da família pioneira no comércio em Macapá, que nos tempos áureos da borracha resolveu se fixar nesta região. Foram os primeiros comerciantes a saírem do simples sistema de trocas, usual em um dado período histórico, mas os negócios vieram a prosperar quando foi criado o território do Amapá (1943), quando Isaac Alcolumbre (avô paterno) passou a ser conhecido como o “Rei do Ouro”.

Em aproximadamente 130 anos, sua família acumulou um patrimônio que vai de postos de combustíveis espalhados pelo Estado, uma empresa de transmissão de televisão (SBT) local, rádio, entre muitos outros negócios e bens. O nome do aeroporto também leva o sobrenome Alcolumbre, atribuído como homenagem aos seus feitos. Resumidamente, podemos dizer que estes souberam se fazer por essas bandas de cá.

Davi, agora presidente do Senado, iniciou sua atuação política no Partido Democrático dos Trabalhadores (PDT), foi vereador entre 2001 a 2003, em 2002 foi eleito deputado federal e reeleito nos anos de 2006 e 2010, até chegar ao Senado pelo partido dos democratas (DEM), em 2014.

Mesmo com família rica, em 2018 o senador declarou para a Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 770 mil, menos de R$ 1 milhão. No dia 25 de fevereiro deste ano, o jornal Folha de S. Paulo divulgou que o senador ocultou parte dos seus bens em seis das sete eleições que disputou, deixando de declarar principalmente imóveis. Davi atribuiu o problema a demora dos cartórios.

Ele fez grandes realizações em seus mandatos a serviço do povo? Nunca se ouviu falar. Por aqui em terras tucujus só conhecemos o legado que antecedeu sua geração e que seus parentes herdaram. Não é difícil de se achar estabelecimentos com esse sobrenome, pois os mesmos continuam a emplacar nos negócios de sua ancestralidade.

O perfil do “bem nascido” ganhou destaque em 2017, quando votou a favor da manutenção do mandato do então senador Aécio Neves, que derrubou a decisão da primeira turma do Supremo Tribunal Federal, onde Aécio era acusado de corrupção e obstrução da justiça ao solicitar R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista.

Por tal destaque já se tem uma prévia de quem venha a ser Davi, seguindo a lógica do velho conhecido ditado popular: diga com quem andas e eu te direi quem és!

Não demorou muito para se saber de que lado o parlamentar se coloca, sempre votando a favor dos empresários, fazendo eco com burguesia, de onde sempre pertenceu. É um defensor das reformas, foi apoiador de Temer, agora de Bolsonaro, seu caminho se desenhou para estar onde está.

Clécio Luis (Rede), Ranfolfe Rodrigues (Rede) e Davi Alcolumbre (DEM). Atrás, à esquerda, Paulo Lemos (PSOL). Na BANDA, no Carnaval 2019.

No Amapá, ele vem fortalecendo uma amizade obscura com Clécio Luis (REDE) e o autoproclamado líder da oposição presidencial, o senador Randolfe Rodrigues (REDE), que o apoiou para disputar a eleição ao governo do Estado do Amapá. Apesar da “derrota” no pleito de 2018, a amizade “verdadeira” entre os mesmos seguiu na comemoração de sua eleição para comandar o Senado. Sua nova conquista foi comemorada até nos passinhos de carnaval. Davi festivamente comemorou lado a lado deles na Banda, o maior bloco de sujos da Região Norte.

O povo do Amapá sabe muito bem que em Davi Alcolumbre não se pode confiar!!!

 

*Alinne Brito é militante da Resistência/PSOL