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BRASIL

A reforma da previdência é machista

Da redação

Bolsonaro quer a todo custo aprovar a reforma da previdência. O objetivo é que o país gaste menos com aposentadorias para poder gastar mais com juros pagos aos bancos. Ela prejudica toda a classe trabalhadora, mas as mulheres são mais prejudicadas.

É o que está descrito na Nota do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos no último dia 08. Os dados mostram que, por ter mais dificuldades de acumular anos de carteira assinada, a mulher tem muito mais dificuldade pra se aposentador. Com a reforma, as coisas pioram.

Um exemplo é a aposentadoria no Regime Geral, o dos trabalhadores de carteira assinada. Com a reforma, homens e mulheres perdem o direito à aposentadoria por tempo de contribuição e passem a ter a exigência de idade mínima. Mas as mulheres terão que trabalhar dois anos a mais (dos 60 aos 62 anos), se forem do setor urbano, e cinco anos a mais (dos 55 aos 60 anos), se forem do setor rural. Os homens, ao contrário, permanecerão com as mesmas referências etárias da atual modalidade de aposentadoria por idade (65 anos, no setor urbano, e 60, no rural).

As mulheres serão afetadas tanto pela elevação da idade mínima quanto pelo aumento do tempo mínimo de contribuição e, mais ainda, pela combinação desses requisitos. A reforma as penalizará com perdas significativas nos valores dos benefícios, em função de alterações nas regras de cálculo.

O projeto de reforma também propõe restringir os valores e as atuais regras de acesso às pensões por morte, ao acúmulo de benefícios e ao Benefício de Prestação Continuada (BPC). Em todas essas situações, as mulheres são o público majoritário.

Além disso, a reforma torna obrigatória a criação de um regime de capitalização que funcionará como alternativa aos regimes que asseguram atualmente os trabalhadores da iniciativa privada e os servidores públicos. Este sistema foi aplicado em outros países e acentuou a desigualdade entre homens e mulheres.

A reforma de Bolsonaro em momento algum considera a dupla jornada de trabalho das mulheres e fará que a maioria não consiga se aposentar. É uma reforma antes de tudo machista.