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BRASIL

SP: Metroviários farão protesto hoje na Bovespa contra a privatização da Linha 15, do Monotrilho

Por Camila Lisboa, de São Paulo, SP
Divulgação Governo de S. Paulo

Está programado para a tarde desta segunda-feira, 11 de março, o leilão de concessão da Linha 15 – Prata do metrô de São Paulo, o Monotrilho. Esta entrega já está nos planos dos governos do PSDB desde 2015, e é coerente com o discurso e ação do ex-governador Geraldo Alckmin e do atual governador, João Dória, ambos do PSDB. A linha 15 funciona em um trecho de 7,8 quilômetros de extensão, que tem seis estações e vai da Vila Prudente até a Vila União, na zona leste de São Paulo.

Leilão de cartas marcadas

Assim como ocorreu com a entrega da Linha 5 – lilás, o edital de concessão é totalmente direcionado para que a CCR vença o leilão. Um verdadeiro absurdo.

Segundo o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, o lance mínimo de entrega é de R$ 153 milhões, ao passo que só para implantação do sistema CBTC, foram gastos mais de 170 milhões. Isso sem falar dos custos da construção do Monotrilho, que já são altíssimos. Ou seja, o estado investe na construção do Monotrilho com dinheiro público, mas a operação e lucros ficam na mão da iniciativa privada.

Mais um negócio da China

A concessão só favorece a CCR. Além de ser uma entrega a preço de banana, também neste edital está prevista a garantia do lucro da operadora que “vencerá” o leilão: o estado vai assegurar o lucro da CCR caso a utilização do sistema seja menor do que o previsto, entregando dinheiro público para a empresa privada.

Mais insegurança no sistema

No final de janeiro, houve uma colisão de trens do monotrilho e nem a direção do Metrô, nem o governo, fizeram uma apuração decente deste acidente.

Em lugar de fazer uma apuração transparente, o Metrô preferiu culpar um funcionário pelo ocorrido. Esta forma de conduzir o problema coloca em risco os funcionários do metrô, usuários do sistema e moradores na região do monotrilho, que ficaram muito preocupados com o acidente.

Com a iniciativa privada na operação, a tendência é que mais acidentes como esse ocorram, porque a lógica de menos gastos para lucrar mais vai afetar a qualidade e a segurança do sistema.

Monotrilho não é a solução

É muito justo que a região atendida pelo Monotrilho receba a implantação de sistemas de transporte de massa, pois se trata uma região populosa e carente de um transporte público decente. Entretanto, a utilização deste modal foi uma escolha muito arriscada, pois está ficando muito mais cara do que o sistema de metrô tradicional e a entrega da obra completa já adiou muitas vezes.

Além disso, está seriamente colocado um problema de segurança. Este modal é previsto para curtas distâncias e não pode ser superlotado como as outras linhas do metrô. Qualquer acidente, falha, problema pode ter consequências mais drásticas.

Ato em frente à Bovespa

O Sindicato dos Metroviários está convocando uma manifestação em frente à Bovespa no próprio dia 11, as 12h, para denunciar mais este ataque ao transporte público. A privatização vai agravar os problemas que já existem no sistema Monotrilho. E quem vai pagar por isso é a população que precisa de transporte público e de qualidade para se locomover pela cidade.

 

Foto Divulgação Governo de S. Paulo