Eleições do SINTIFRJ corroboram a importância de lutar e resistir contra o reacionarismo e em defesa dos Institutos Federais de Educação

Michelangelo Torres

O resultado das eleições sindicais da nova diretoria do SINTIFRJ – Sindicato dos Trabalhadores do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, seção sindical do SINASEFE nacional, filiado à CSP-Conlutas – aponta para vitória da chapa ‘Resistir e lutar’, a qual obteve 95% dos votos válidos dos servidores (técnico-administrativos e docentes).

Ancorados numa gestão sindical de combatividade, autonomia e viés classista, a direção do sindicato é formada por docentes e técnico-administrativos de diferentes campi do IFRJ, respeitando-se o critério de gênero (50%) e a combinação da experiência de gestão sindical com o fôlego de novos diretores ativistas provenientes da base da categoria.

A nova coordenação eleita afirma que o SINTIFRJ seguirá na luta em defesa do funcionalismo e da Rede Federal de Educação e contra o desmonte dos IFs, em defesa da democracia e contra o neofascismo.

Na contramão de boa parte das direções sindicais majoritárias, pretende-se superar o caráter corporativista ou neocorporativista presente em muitos sindicatos, restritos à categorias profissionais e sem caráter classista, bem como a tendência crescente de institucionalização e burocratização típicas do institucionalismo – para tanto, faz-se necessário retomar e atualizar o trabalho de base social dos sindicatos e se estrutura do modo mais horizontal possível, resgatando seu sentido de pertencimento de classe e seu caráter de confrontação e resistência.

Entendemos ser importante revitalizar os organismos sindicais de classe e batalhar pelo fortalecimento de amplos espaços de unidade de ação com as entidades educacionais nacionais e regionais, bem como espaços de congregação do funcionalismo público e de defesa da educação.

O IFRJ é uma instituição pública de excelência da educação federal com modalidades de cursos de Ensino Médio Integrado ao Técnico, cursos técnicos concomitantes e subsequentes, PROEJA, graduação/licenciatura e pós-graduação (lato e stricto senso) e cursos básicos de formação inicial e continuada. A instituição conta com 17 mil estudantes matriculados (sem contar o CEFET), dispõe da oferta de 150 cursos, com um quadro de 1.100 docentes e 870 TAEs. Com a atual gestão sindical, o SINTIFRJ seguirá na campanha “Em defesa da Educação Pública e dos IFs: educação não é mercadoria, é direito”, cujos eixos centrais são: contra a EC-95 e os cortes orçamentários; contra o desmonte da educação pública: abaixo o Escola Sem Partido, pela revogação da Reforma do Ensino Médio e não à proposta de BNCC; combate ao Assédio Moral; pela autonomia da Rede Federal: em defesa da flexibilização da jornada de trabalho de 30h dos TAE, contra o ponto eletrônico e o controle de ponto docente; contra o reordenamento da rede.

A Chapa Resistir e Lutar é composta por ativistas independentes e militantes vinculados ao PSOL e PCB. O coordenador geral, reeleito, também membro da direção nacional do Sinasefe, e militante da Resistência/Psol, afirma que o SINTIFRJ e o SINASEFE continuarão na vanguarda da luta do funcionalismo público e da educação. “É preciso lutar, é possível resistir”!

Fazem parte da nova direção:

Coordenação Geral: Silvana Louzada da Silva e Michelangelo Torres / Coordenadores de Finanças e Patrimônio: Paulo André Ferreira e Fernando Moraes / Coordenadores de Comunicação Social: Affonso Celso Thomaz Pereira e Cristiane Moreira / Coordenadores de Formação e Política Sindical: Daniela Zanotti da Silva e Flávia Vidal / Suplentes: Stephanie Di Chiara Salgado, Danilo Caruso e Omar Souza Nicolau.

Para a presidência do Conselho Fiscal foi eleito o servidor Fernando Ribeiro Gonçalvez com 46,6% dos votos válidos. O resultado final foi divulgado no dia 07 de dezembro.

É preciso lutar, é possível resistir!

*Michelangelo Torres é professor do IFRJ