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Declaração por uma rede de solidariedade contra a extrema-direita é construída durante Cúpula dos Povos “Fora o G20-FMI”

Por: Carol Coltro, de São Paulo (SP)

Durante os dias em que ocorreu o G20 em Buenos Aires (Argentina) nos dias 30 de novembro e 1º de dezembro, enquanto nossos algozes articulavam seus interesses, estivemos estreitando nossos laços de solidariedade.

Durante as atividades da Cúpula dos Povos organizado pela “Confluencia Não ao G20-Fora o FMI”, ocorrida nos dias 28 e 29, e a marcha dos movimentos sociais e partidos de esquerda do dia 30, construímos uma declaração a partir de organizações brasileiras e argentinas presentes nestas atividades.

Tal declaração é um chamado para a construção de uma Rede de Solidariedade e Resistência latino-americana contra o avanço da extrema direita em nosso continente. Publicamos abaixo a declaração – versão em português e espanhol – com as primeiras assinaturas de personalidades e organizações.

Trata-se de um primeiro, mas importante passo. Agora é necessário ampliar as assinaturas e dar um novo passo no sentido de fazer avançar essa iniciativa.

***

Em defesa da unidade latino-americana contra a extrema-direita e em defesa dos direitos sociais, políticos e democráticos

Com o impacto da crise econômica mundial o capitalismo radicaliza contra os pobres, oprimidos e o conjunto dos trabalhadores.

Fenômenos de extrema direita começaram a surgir, e essa radicalidade burguesa atinge também a América Latina. Na busca por nossos recursos naturais, no barateamento da nossa mão de obra, na destruição dos nossos serviços públicos para garantir o pagamento de mais e mais juros para os bancos, Trump sobrevoa nosso continente como uma ave de rapina.

Mas os “lenços verdes” teimam em pintar de luta a América Latina com as companheiras argentinas servindo de inspiração para todas nós na defesa da liberdade de decidir sobre nosso corpo. Uma luta que unificou homens e mulheres na defesa de seus direitos.

No Brasil, as manifestações pelo #EleNão em 29 de setembro, que foi uma das maiores mobilizações da história do país, mostrou que haverá resistência e que a resistência tem a cara dos oprimidos.

O mesmo se demonstrou na campanha “vira voto” no segundo turno das eleições: com o objetivo de ganhar o voto daqueles que tendiam a votar em Bolsonaro, milhares e milhares de ativistas, artistas, principalmente de pessoas comuns que até então não haviam feito campanha eleitoral em sua vida, se colocaram em marcha para convencer a população com paciência e determinação a votar 13 para derrotar a extrema direita.

As classes dominantes temem a unidade dos trabalhadores. Justamente por isso, para avançar sobre nossas vidas e nossos direitos tentam a todo custo impedir que nós nos unamos, que lutemos, que defendamos de forma unificada pelos nossos direitos.

Temem até mesmo que gozemos da liberdade de defender nossas ideias, seja individualmente, seja através das nossas organizações políticas e sociais. Por isso precisam atacar as liberdades democráticas que conquistamos ao longo do tempo com tanto sangue, dor e luta.

Marielle Franco, uma de nós, foi assassinada na tentativa de calar a luta das mulheres negras, LGBTs e jovens negros das periferias das grandes cidades espremidos entre o tráfico e a repressão policial.

A prisão arbitrária de Lula, de caráter seletivo teve como objetivo impedir sua candidatura para presidente nas eleições.

Trump e Bolsonaro: unidos contra os trabalhadores e os oprimidos

A verdade é que a eleição de Trump abriu as portas do inferno e a sua imagem e semelhança saem da toca os generais, os fascistas, os conservadores, machistas, racistas e homofóbicos.

No Brasil, os ricos e poderosos abriram mão do verniz democrático e passaram a defender abertamente Bolsonaro, um capitão da reserva que defende a tortura, a ditadura, a censura, minimiza o estupro e a violência a mulher, que incita a violência contra os homossexuais num país que mais se mata LGBTs no mundo. Trata-se de um brutal ataque aos direitos democráticos.

Esse velho político que falsamente se apresenta como novidade, defende que o trabalhador deve escolher entre perder seus direitos ou o emprego, a vendas das estatais “não lucrativas”, que expulsa os médicos missionários cubanos que buscam amenizar o drama da saúde pública no Brasil. O novo presidente do Brasil ameaçou de morte, prisão e exílio os militantes da esquerda, o movimento dos sem-teto e dos sem-terra.

A imprescindível unidade e solidariedade dos trabalhadores e dos povos latino-americanos

Mais do que nunca precisamos nos dar as mãos porque, infelizmente, Bolsonaro não é uma ameaça a somente aos brasileiros, mas sim, aos trabalhadores, mulheres, negros e negras, LGBTQI+ de toda a América Latina. Se nós não avançamos sobre Trump e Bolsonaro e a extrema direita, fatalmente eles avançarão sobre nós.

Para deter a força da extrema direita que avança no mundo e em nosso continente é preciso nos unir. Para unir os trabalhadores e oprimidos é preciso unir os diversos movimentos sociais, os partidos e organizações que representam os interesses dos debaixo contra os de cima.

Nas mobilizações contra as grandes potências opressoras do nosso povo que realizaremos nesse G20 em Buenos Aires, Argentina, vamos mostrar que escolheram o lugar errado para desfilar seus interesses.

Vamos mostrar que aqui se respira luta e que somos um só povo, uma só irmandade, uma só força e uma só voz.

No entanto, para que essa unidade se mantenha e multiplique nossa resistência, é urgente que nos próximos dias, quando então estaremos realizando a Cúpula dos Povos “Fora o G20- FMI”, avancemos na construção de uma frente dos movimentos sociais para a solidariedade e resistência contra a extrema direita no Brasil, onde já chegaram ao poder, e em todo o continente. Que nem mais um passo seja dado por eles na nossa terra.

Neste momento, algumas medidas já são anunciadas por Bolsonaro, medidas essas que essa rede de solidariedade necessita desde já enfrentar.

Abaixo algumas de nossas tarefas:

– Barrar a Reforma da Previdência e a contrarreforma trabalhista.

– Impedir a privatização das estatais.

– Impedir a censura nas escolas e o fim da autonomia universitária através do projeto “Escola sem Partido.”

– Impedir a tentativa de criminalização dos movimentos sociais através da repressão disfarçada de lei antiterrorismo.

– Fim das ameaças, assassinatos e prisões de dirigentes políticos de esquerda e dos movimentos sociais.

– Justiça para Marielle!

– Barrar o avanço do genocídio da juventude negra.

– Em defesa da Amazônia e dos recursos naturais.

Mais do que nunca: Por uma rede de solidariedade e resistência a extrema-direita na América Latina contra os planos de ajuste neoliberais e o ataque aos direitos políticos e democráticos! 

Assinam:

Corriente Popular Juana Azurduy

Democracia Socialista

Dialogo 2000

Frente Popular Darío Santillán

Frente Popular Darío Santillán-Corriente Nacional

Izquierda Latinoamericana Socialista

Jubileo Sur

La Caldera

Movimiento de los Pueblos/por un socialismo feminista desde abajo

Movimiento por la Unidad Latinoamericana y el Cambio Social

Movimiento Socialista de los Trabajadores (MST)

Opinión Socialista

Poder Popular

Vamos – Frente Pátria Grande

Argentina

Adolfo Pérez Esquivel

Beverly Keene

Claudio Katz

Eduardo Lucita

Guilhermo Almeyra

Maria del Carmo Verdú

Nora Cortiñas, Mãe da Praça de Maio-Linha Fundadora

Roberto Saenz (SOB – Corriente Socialismo o Barbarie)

 

Brasil

Partido socialismo e Liberdade (PSOL)

Movimento dos Trabalhadores Sem Teto

Guilherme Boulos

***

 

En defensa de la unidad latinoamericana contra la extrema derecha y en defensa de los derechos sociales, políticos y democráticos

Con el impacto de la crisis económica mundial el capitalismo se radicaliza contra lxs pobres, oprimidxs y el conjunto de lxs trabajadorxs.

Fenómenos de la extrema derecha comenzaron a surgir. Esa radicalidad burguesa se logra también en América Latina. En busca de nuestros recursos naturales, en abaratar nuestra mano de obra, en la destrucción de nuestros servicios públicos para garantizar el pagamento de más y más intereses para los bancos, Trump sobrevuela nuestro continente como un ave de rapiña.

Pero los “pañuelos verdes” insisten en pintar de lucha a América Latina con las compañeras argentinas sirviendo de inspiración para todas nosotras en la defensa de la libertad de decidir sobre nuestro cuerpo. Una lucha que unificó hombres y mujeres en la defensa de sus derechos.

En Brasil, las manifestaciones por #EleNao el 29 de septiembre, que fue una de las mayores movilizaciones de la historia del país, mostró que habrá resistencia y que la resistencia tiene la cara de lxs oprimidxs. Lo mismo se demostró en la campaña “vira voto” en el segundo turno de las elecciones: con el objetivo de ganar el voto de aquellxs que tendían a votar en Bolsonaro, millones y millones de activistas , artistas, principalmente de personas comunes que hasta entonces no habían hecho campaña electoral en su vida, se colocaron en marcha para convencer a la población con paciencia y determinación a votar 13 para derrotar a la extrema derecha.

Las clases dominantes temen la unidad de lxs trabajadorxs. Justamente por eso, para avanzar sobre nuestras vidas y nuestros derechos intentan a todo costo impedir que nosotrxs nos unamos, que luchemos, que defendamos de forma unificado por nuestros derechos. Temen hasta que gocemos de libertad de defender nuestras ideas, sea individualmente, sea a través de nuestras organizaciones políticas y sociales. Por eso necesitan atacar las libertades democráticas que conquistamos a lo largo del tiempo con tanta sangre, dolor y lucha.

Marielle Franco, una de nosotras, fue asesinada en la intención de callar la lucha de las mujeres negras, LGTBs y jóvenes negrxs de las periferias de las grandes ciudades exprimidos entre el tráfico y la represión policial.

La prisión arbitraria de Lula, de carácter selectivo tiene como objetivo impedir su candidatura para presidente en las elecciones.

Trump y Bolsonaro: unidos contra lxs trabajadorxs y lxs oprimidxs

La verdad es que la elección de Trump abrió las puertas del infierno y su imagen y semejanza salen de la cabeza de los generales, los fascistas, los conservadores, machistas, racistas y homofóbicos.

En Brasil, los ricos y poderosos pusieron una mano de barniz democrática y pasaron a defender abiertamente a Bolsonaro, un capitán de reserva que defiende la tortura, la dictadura, la censura, minimiza el abuso y la violencia a la mujer, que incita la violencia contra lxs homosexuales en un país que más mata LGBTs en el mundo. Se trata de un brutal ataque a los derechos democráticos.

Esa vieja política que falsamente se presenta como novedad, defiende que el trabajador debe elegir entre perder sus derechos o su empleo, las ventas estatales “no lucrativas”, que expulsa a los médicos misioneros cubanos que buscan amenizar el drama de la salud pública en Brasil. El nuevo presidente de Brasil amenazó de muerte, prisión y exilio a los militantes de la izquierda, al movimiento de los sin-techo y de los sin-tierra.

La imprescindible unidad y solidaridad de lxs trabajadorxs y de los pueblos latino-americanos

Más que nunca necesitamos darnos las manos porque, infelizmente, Bolsonaro no es una amenaza solamente a lxs brasilerxs, sino, a lxs trabajadorxs, mujeres, negros y negras, LGTBQI+ de toda América Latina. Se nosotrxs no avanzamos sobre Trump y Bolsonaro y la extrema derecha, ellos avanzarán sobre nosotros fatalmente.

Para detener la fuerza de la extrema derecha que avanza en el mundo y en nuestro continente es preciso unirnos. Para unir

a lxs trabajadorxs y oprimidxs es necesario unir los diversos movimientos sociales, los partidos y organizaciones que representen los intereses de lxs de abajo contra lxs de arriba.

En las movilizaciones contra las grandes potencias opresoras que nuestro pueblo realizará en este G20 en Buenos Aires, Argentina, vamos a mostrar que escogieron el lugar equivocado para desfilar sus intereses.

Vamos a mostrar que aquí se respira lucha y que somos un solo pueblo, una sola hermandad, una sola fuerza y una sola voz.

Sin embargo, para que esa unidad se mantenga y multiplique nuestra resistencia, es urgente que en los próximos días, cuando entonces estemos realizando la Cúpula de los Pueblos Fuera el G20-FMI, avancemos en la construcción de un frente de movimientos sociales para la solidaridad y resistencia contra la extrema derecha en Brasil, donde ya llegaron al poder, y en todo el continente. Que ni un paso más sea dado por ellos en nuestra tierra.

En este momento, algunas medidas ya son anunciadas por Bolsonaro, medidas que desde esa red de solidaridad necesita desde ya enfrentar.

Abajo algunas de nuestras tareas:

– Impedir la Reforma previsional y la contrarreforma laboral.

– Impedir la privatización estatal.

– Impedir la censura en las escuelas y el fin de la autonomía universitaria a través del proyecto “Escuela sin Partido”.

-Impedir la tentativa de criminalización de los movimientos sociales a través de la represión disfrazada de ley de antiterrorismo.

-Fin de las amenazas, asesinatos y prisión de dirigentes políticos de izquierda y de los movimientos sociales.

– ¡Justicia para Marielle!

-Impedir el avance del genocidio de la juventud negra.

-En defensa del Amazonas y de los recursos naturales.

Más que nunca: ¡por una red de solidaridad y resistencia a la extrema-derecha en América Latina contra los planes de ajuste neoliberales y el ataque a los derechos políticos y democráticos!

Signaturas

Corriente Popular Juana Azurduy

Democracia Socialista

Dialogo 2000

Frente Popular Darío Santillán

Frente Popular Darío Santillán-Corriente Nacional

Izquierda Latinoamericana Socialista

Jubileo Sur

La Caldera

Movimiento de los Pueblos/por un socialismo feminista desde abajo

Movimiento por la Unidad Latinoamericana y el Cambio Social

Movimiento Socialista de los Trabajadores (MST)

Opinión Socialista

Poder Popular

Vamos – Frente Patria Grande

 

Adolfo Pérez Esquivel

Beverly Keene

Claudio Katz

Eduardo Lucita

Guilhermo Almeyra

Maria del Carmo Verdú

Nora Cortiñas, Madre de la Plaza de Mayo-Linea Fundadora

Roberto Saenz (SOB – Corriente Socialismo o Barbarie)

 

Brasil

Partido Socialismo e Liberdade (PSOL)

Movimento dos Trabalhadores Sem Teto

Guilherme Boulos