Nesta segunda feira, 14, os trabalhadores da Mercedes Benz, de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, decidiram cruzar os braços por tempo indeterminado, até que a fábrica apresente outra proposta.
Os trabalhadores da Mercedes há muitos anos vêm resistindo aos ataques da multinacional alemã. Ela se utilizou da queda da produção para demitir, congelar salários, transferir a produção para outras plantas, entre outros ataques. Os trabalhadores já fizeram greves, passeatas e já acamparam na frente da fábrica contra demissões, a ganância e os desmandos da empresa.
No último período, a produção aumentou consideravelmente na planta de São Bernardo. A ponto de a empresa voltar a contratar pessoal, alguns meses atrás, no entanto, mantém a lógica de retirada de direitos.
Em nota no site do sindicato dos Metalúrgicos do ABC, secretário geral do sindicato e trabalhador na Mercedes-Benz, Aroaldo Oliveira explica que há impasse em relação ao valor da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e na reposição salarial. “A empresa não aceita incorporar o reajuste aos salários e este é um dos pontos principais que estão emperrando as negociações. Queremos a reposição incorporada aos salários dos trabalhadores. Também reivindicamos que o cálculo da PLR leve em conta a exportação dos itens agregados [ motor, câmbio, eixos ]”. Ele destaca, ainda, que a empresa pretende demitir trabalhadores mensalistas (setor administrativo): “Não podemos aceitar demissões num momento de retomada da produção”.
A empresa está se apoiando na famigerada reforma trabalhista para pressionar os trabalhadores, está se negando a renovar as cláusulas sociais, e tentando revogar a estabilidade por doença do trabalho, conquista histórica dos metalúrgicos. Ou seja, a própria fábrica não quer se responsabilizar pelo dano que ela própria causou na saúde e vida dos trabalhadores. Contra os ataques dos patrões e do governo, RESISTIR é preciso.
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