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Valeu a pena!

Carol Burgos/Esquerda Online

Gabriel Casoni

Gabriel Casoni, de São Paulo (SP), é professor de sociologia, mestre em História Econômica pela USP e faz parte da coordenação nacional da Resistência, corrente interna do PSOL.

Por Gabriel Casoni, colunista do Esquerda Online

Quando fundamos o MAIS, havia muita dúvida. Sobreviveríamos, nos fragmentaríamos? Sobrevivendo, seríamos uma mera cópia do antigo? Qual seria nossa contribuição em meio à dispersão e divisão da esquerda revolucionária? Qual o projeto, programa? E o norte estratégico?

Foram dois anos, e não foram fáceis: situação de forte ofensiva reacionária e muita confusão na esquerda e entre os lutadores. Tempos de retrocesso, frustração e desânimo. Tempos de resistência.

Foi neste contexto, particularmente hostil, que levantamos bases programáticas fundamentadas em princípios sólidos, num esforço sério de elaboração para a revolução brasileira. Reformulamos nosso projeto internacionalista retomando a inadiável e complexa estratégia de unificação dos revolucionários espalhados pelo mundo, resultado da triste diáspora advinda da derrota da revolução mundial no século XX.

Colocamos nossas pequenas forças ao lado da luta dos trabalhadores e oprimidos. A bandeira do MAIS tremulou nas greves, manifestações e principais enfrentamentos da luta de classes. Construímos seriamente a unidade pelas liberdades democráticas e pelos direitos dos trabalhadores. Fomos contra o golpe e contra prisão do Lula, não perfilamos ao lado da direita.

Tomamos a definição de construir o PSOL, para fortalecer a reorganização à esquerda. O fracasso da estratégia da conciliação de classes do PT coloca a urgência de uma nova alternativa política. Por isso, estamos com Boulos e Guajajara nas próximas eleições.

Ao longo desse tempo, erramos muito também. São diversas as nossas debilidades e limitações políticas, programáticas, teóricas e no âmbito organizativo.

Sabemos que não nos bastamos, pois somos demasiado insuficientes em face ao grandioso projeto pelo qual dedicamos nossas vidas – a construção de uma sociedade socialista. E é com esse pensamento que chegaremos ao fim, no próximo dia 30 de maio, para dar vida a uma nova organização socialista, junto aos valiosos camaradas da NOS.

A nova organização será maior e mais forte que a soma das duas partes, mas seguirá sendo muito insuficiente, limitada. Nesse sentido, o seu sucesso será medido pela capacidade de desaguar em novas unificações.

Vamos com otimismo, confiantes na classe trabalhadora e no marxismo revolucionário!

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MAIS / NOS