Da Redação
Professoras e professores de Filosofia da Rede Municipal de Barueri foram surpreendidos, no final do ano passado, com a retirada de sua disciplina da grade curricular do Ensino Fundamental I. A política de não priorizar a educação publica do município faz mais vítimas. Crianças ficarão sem acesso universal às contribuições filosóficas para o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem. O pensamento lógico, crítico e reflexivo são muito importantes desde o início da alfabetização e escolarização.
O município de Barueri, em São Paulo, foi vanguarda quando, em meados da década de 90, incluiu essa disciplina na sua grade curricular. A retirada dessa disciplina caracteriza um retrocesso sociocultural que prejudicará milhares de educandos e educandas desse município. Após a resistência de professores e professoras de Filosofia, a disciplina será parcialmente oferecida em forma de projeto, sem as condições materiais adequadas, como sala de aula, materiais e equipamentos de apoio pedagógico, e oferecido no contraturno, frustrando educandas e educandos que não conseguem participar em outro turno.
Com muita insistência, a Secretaria de Educação de Barueri deu a justificativa de que é preciso melhorar os índices de Português e Matemática do Ensino Fundamental I. Segundo alguns professores e professoras consultados pelo Esquerda Online, é uma desculpa para o improviso e a falta de investimentos na educação do município. Professores pedem solidariedade e comunicaram à Associação de Professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo, que decidiu solicitar a reconsideração ao Secretário de Educação de Barueri, Celso Furlan.
Coincidentemente, a retirada da Filosofia no município acontece quando o governo golpista de Temer tenta impor a Reforma do Ensino Médio e, consequentemente, atacar a filosofia e outras disciplinas que formam a consciência crítica, reflexiva e criativa. ‘O prefeito Doria de SP teria mandado a tinta cinza para Barueri também?”, questiona um professor, que preferiu não se identificar. A educação publica precisa de muito mais investimentos, menos improvisos e menos perseguição aos que lutam.
Foto: Secretaria de Comunicação de Barueri
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