Pular para o conteúdo
Especiais
array(1) { [0]=> object(WP_Term)#21002 (10) { ["term_id"]=> int(4310) ["name"]=> string(39) "Intervenção Militar no Rio de Janeiro" ["slug"]=> string(37) "intervencao-militar-no-rio-de-janeiro" ["term_group"]=> int(0) ["term_taxonomy_id"]=> int(4310) ["taxonomy"]=> string(9) "especiais" ["description"]=> string(0) "" ["parent"]=> int(0) ["count"]=> int(34) ["filter"]=> string(3) "raw" } }

Jungmann será novo ministro da Segurança Pública; general Luna vai para Defesa

Um dos oito dos ministros do governo ilegítimo de Temer a figurar no listão da Odebrecht, Raul Jungmann vai assumir o novo ministério da Segurança Pública, criado por Medida Provisória. No lugar de Jungmann na Defesa assume o general Joaquim Silva e Luna, atual secretário-geral da pasta. Ele foi chefe do Estado Maior do Exército e é general do Exército da reserva.

Gisele Peres, da Redação

“O presidente Michel Temer edita hoje a Medida Provisória que cria o Ministério Extraordinário da Segurança Pública”, informou o porta-voz da presidência da República, Alexandre Parola, em cerimônia no fim da manhã desta segunda-feira (26). A Polícia Federal (PF), a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e a Secretaria de Segurança Pública (incluindo a Força Nacional) ficarão subordinados ao novo ministério.

O ministério é mais uma ação do governo Temer dentro do pacote de medidas que interferem na Segurança Pública. A primeira foi a intervenção no Rio de Janeiro. O escolhido para comandar a nova pasta foi Raul Jungmann. Serão criados os cargos de ministro, secretário e nove postos de assessoria. Os demais serão transpostos da Justiça para a Segurança Pública.

Como ministro da Defesa, Jungmann estava à frente das negociações do governo federal com o Estado do Rio desde o ano passado. É dele, por exemplo, a frase de que os tiroteios “fazem parte da história da comunidade” da Rocinha.

Na última segunda-feira, Jungman ganhou as manchetes de todos os jornais ao afirmar que mandados coletivos de busca e apreensão poderiam ser necessários para combater a criminalidade em comunidades. Ele é um dos citados na delação da Odebrecht, por recebimento de dinheiro em caixa dois.

Jungmann já foi investigado por fraude em licitação, peculato e corrupção em contratos de publicidade que somavam R$ 33 milhões,  durante sua gestão à frente dos ministérios de Política Fundiária (1996-1999) e do Desenvolvimento Agrário (1999-2002) dos governos de Fernando Henrique Cardoso. Também respondeu ao Supremo Tribunal Federal pelo uso de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para fins particulares.

General Luna é o primeiro militar na chefia do Ministério da Defesa em 19 anos
O Ministério da Defesa foi criado em 1999, durante o governo FHC, e, até agora, havia sido comandado somente por civis. Durante esses 19 anos, dez ministros chefiaram a pasta, entre eles o ex-governador da Bahia Jaques Wagner, o ex-chanceler Celso Amorim, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim e o ex-vice-presidente José Alencar.

Luna é General Quatro Estrelas desde 2011, passou para a reserva e trabalhou os últimos anos no primeiro escalão do Ministério da Defesa. Desde outubro de 2015, ele ocupava o cargo de secretário-geral da pasta. Antes, foi secretário de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto. Ele assumiu a secretaria-geral ainda no governo Dilma, convidado pelo então ministro Aldo Rebelo, e permaneceu após o impeachment.

Em pronunciamento oficial, o governo registrou que a escolha do General Luna tem por finalidade “preservar o equilíbrio nas relações entre Exército, Marinha e Aeronáutica”. Associada ao crescente peso do general Sergio Etchegoyen (chefe do Gabinete de Segurança Institucional) e à intervenção federal no Rio de Janeiro, também comandada por um general de Exército, a nomeação Luna indica maior participação militar no governo Temer.

oto: EBC/Antonio Cruz