Por: André Freire, colunista do Esquerda Online
Em matéria paga no jornal O Globo (pode ter sido publicada em outros jornais) neste sábado, 17 de fevereiro, a Federação das Indústrias do RJ (Firjan) apoia de forma esfuziante a intervenção militar na segurança pública fluminense.
No texto, a entidade empresarial pede uma guerra. Já sabemos o resultado dessa política reacionária: intensificar a criminalização dos mais pobres. Os ricos e poderosos querem segurança para si e guerra nas comunidades mais carentes, ampliando o verdadeiro genocídio da juventude negra e pobre das periferias.
Qualquer ação efetiva contra o aumento da criminalidade e da violência no Estado deve passar, pelo menos, por três medidas: por um amplo investimento social em educação, saúde, moradia e geração de empregos; pelo fim da PM e a constituição de uma polícia única, civil, com direitos sindicais para os policiais e controle externo da sociedade e da maioria do povo; e pela descriminalização das drogas, atacando o lucro do grande negócio do tráfico.
Sem medidas mais estruturais como estas, qualquer outra saída, ainda mais uma intervenção militar reacionária, patrocinada por um governo golpista como o de Temer, só servirá para sua sórdida campanha política e trará mais violência para a maioria da população.
Quem mora nas comunidades do Rio, em sua esmagadora maioria, são trabalhadores e trabalhadoras, e não bandidos, como de forma, essa sim criminosa, gostam de afirmar os “bolsonaros” de plantão.
O apoio dos grandes empresários, representados pela FIRJAN, é só mais uma demonstração cabal do caráter elitista e anti-popular desta medida.
Vamos Resistir
A partir da última sexta-feira, dia 16 de fevereiro, o controle da segurança pública do Estado está nas mãos do famigerado Comando Militar do Leste, de triste memória. E essa medida pode durar, pelo menos, até o final deste ano.
O uso das forças armadas no combate à violência no Rio de Janeiro não é novidade, já foi usado várias vezes como medida paliativa, e não resolveu o problema da segurança pública da população.
A responsabilidade política pela grave situação econômica e social em que se encontra o Rio de Janeiro é dos sucessivos governos desastrosos que estiveram à frente do Palácio Guanabara nos últimos anos, chefiados pelo próprio PMDB de Temer, Moreira Franco, Cabral, Piccianni, Pezão, Eduardo Paz e cia, e apoiados por outros partidos, infelizmente alguns de esquerda e que agora se dizem oposição, como o PT e o PCdoB.
O PSOL, o conjunto da esquerda socialista, as centrais sindicais e movimentos sociais combativos devem se posicionar de forma veemente contra essa intervenção militar absurda. E devemos preparar desde já a resistência popular contra os desmandos e a violência causadas por esta intervenção militar, principalmente contra o povo trabalhador, negro e morador das comunidades cariocas.
Nosso primeiro protesto já tem data e hora marcadas: será realizado na passeata no Centro do Rio, na próxima segunda-feira, dia 19 de fevereiro, com concentração a partir das 16h, na Candelária, contra a reforma reacionária da Previdência e a intervenção militar no Rio de Janeiro. Vamos à luta!
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