Por: Denis Brum, de Porto Alegre, RS
Entra ano e sai ano e um dos problemas que não mudam é a falta de qualidade no transporte e o aumento nos preços das passagens. Este ano, no Rio Grande do Sul, não foi diferente. O conselho de Administração do Ministério das Cidades e do Planejamento referendou o aumento de 94% da passagem unitária do trem, passando de R$1,70 para R$3,30. A tarifa passa a vigorar a partir de sábado (3).
A justificativa dada pela Trensurb para o aumento foi de que as despesas aumentaram nos últimos anos em função da expansão do sistema até Novo Hamburgo, crescendo os custo da operação e de manutenção.
Analisando a evolução tarifária, percebe-se que a justificativa dada pela Trensurb é débil. A tarifa não sofria um aumento desde 2008 e, levando em conta a inflação no período, que foi de 75% de fevereiro de 2008 a dezembro de 2017, um aumento de quase 100% beira ao absurdo. Também é necessário se levar em conta o momento em que a população vive. O desemprego aumenta e bate recordes, com mais de 14,2 milhões de pessoas desempregadas, necessitando diariamente do transporte público para ir em busca de novas oportunidades de trabalho.
Se, por um lado, teve aumento de 9,3 km de linha, por outro, o sucateamento das estações é evidente. Passageiros reclamam que são poucas as estações com escadas rolante funcionando e banheiros adequados para uso, além de estarem apenas quatro dos quinze trens novos em circulação.
Um aumento desses não pode passar sem que haja mobilizações fortes para desmascarar a farsa da Trensurb em conluio com o Governo Federal, que não passa de uma tentativa de privatizar o transporte público. Hoje (1) e segunda-feira (5), às 17h, haverá atos na estação mercado público. A juventude e classe trabalhadora não aceitarão esse aumento sem ir ao fronte.
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