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BRASIL

Reforma da Previdência: empresários são aposta do Planalto para tentar convencer deputados

Da Redação

A Reforma da Previdência, pauta prioritária do governo Temer, está prevista para ser colocada em votação no dia 20 de fevereiro, logo após o Carnaval. No último semestre, o governo teve dificuldade em aprovar as mudanças devido à insatisfação da população com o projeto. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, o presidente ilegítimo e aliados aproveitaram o adiamento para tentar recompor forças e ir para ofensiva com propaganda na televisão, visita a redes de televisão e rádios, como as últimas participações nos programas de auditório de Sílvio Santos e Ratinho. Mas, estas são apenas as iniciativas públicas. A principal articulação dos peemedebistas acontece por trás das cortinas e os aliados estratégicos são os grandes empresários.

Com parlamentares com receio de se queimar diante da população caso votem a favor da reforma, o Palácio do Planalto repassou os nomes dos deputados indecisos para agentes do mercado e empresários. O intuito nítido é que os já conhecidos financiadores de campanha e aliados privilegiados dos políticos passem a pressionar os parlamentares.

A agência de notícia Reuters divulgou ter tido acesso a documento que teria vindo do setor privado com nome de 90 parlamentares com perfil para ser disputado. Ainda, afirmou que uma fonte do Palácio confirmou a existência da lista e a estratégia. Recentemente, Carlos Marum, ministro da secretaria de Governo, também se reuniu com empresários.

Para ser aprovada, a proposta de Emenda à Constituição precisa de, no mínimo, 308 votos favoráveis dos 513 deputados. A votação acontece em dois turnos na casa e depois segue para o Senado. Logo no início do ano, Rodrigo Maia chegou a afirmar que só colocará para ser votada a PEC caso haja segurança do resultado favorável ao governo, o que ainda é dúvida.

Segundo ainda divulgou a Reuters, o Planalto teria um cálculo de 270 deputados com voto fechado. Faltariam, assim, 38, ou mais, que teriam que ser conquistados entre os 90 da lista encaminhada aos empresários. O governo trabalha com a necessidade de uma margem de segurança de 320 e 330 deputados.

Nesta quarta-feira (31), Temer participou de programa de entrevista na Rádio Metrópole de Salvador e voltou a tratar do tema. Afirmou acreditar que o Congresso Nacional aprovará o projeto em fevereiro, que estaria concluído em março, segundo sua previsão. No entanto, foi categórico em dizer que os parlamentares precisam do convencimento da população sobre as mudanças da regra para se posicionar.

Sobre isso, os movimentos sociais poderão também entrar na briga. Esta e na próxima semana acontecerão reuniões importantes de categorias, como das centrais sindicais e Congresso dos Servidores Federais, o Conasefe, além de plenárias que acontecem nos estados, que poderão incorporar um calendário de luta unificado para barrar a Reforma da Previdência. Caso se movam com unidade, como aconteceu na greve geral de 28 de abril de 2017, o Planalto, a Câmara e o Senado podem balançar e serem obrigados a recuar.

Saiba você também a lista dos deputados do seu estado e ajude a pressionar a votarem contra o projeto: