Eleição sem Lula é continuação do golpe

A possível condenação sem provas de Lula pelo TRF-4, nesta quarta-feira (24), e o consequente impedimento do líder nas pesquisas concorrer às próximas eleições, representam a continuação do golpe jurídico-parlamentar iniciado com o impeachment de Dilma.

Defendemos o direito de Lula ser candidato. Isso não quer dizer que defendemos o candidato Lula, seu legado ou programa político, muito pelo contrário. O PSOL defende a necessidade de uma candidatura da esquerda que supere o projeto lulista da conciliação de classes.

No entanto, é inegável que enquanto Michel Temer (MDB), Aécio Neves (PSDB) e tantos outros corruptos se mantêm no governo apesar de fartas evidências de corrupção, a exclusão de Lula do processo eleitoral representa um grave ataque às liberdades democráticas no país.

Enganam-se aqueles que pensam que a parcialidade da Polícia Federal e da Justiça, aqui representadas pela Lava Jato, voltam-se apenas contra Lula.

Estes são os mesmos atores políticos que, junto com o governo Temer e a direita, criaram as condições para a retirada de uma série de direitos sociais, privatizam o patrimônio público, atacam o direito de greve e reprimem ocupações.

A defesa do direito de Lula ser candidato é, portanto, a defesa das liberdades democráticas do PSOL, PSTU, PCB, MTST, sindicatos e movimentos populares.

Se por um lado, é verdade que o PT não luta de forma consequente contra o golpe e já trama um próximo governo de conciliação de classes, por outro, abandonar a defesa do direito de Lula ser candidato pode acarretar sérias consequências para a esquerda.

Foto: Midia Ninja