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BRASIL

Metroviários de São Paulo decretam greve contra a privatização do Metrô

Por Camila Lisboa, de São Paulo, SP

Em assembleia realizada no dia 17 de janeiro, os metroviários de São Paulo decidiram realizar uma greve de 24 horas, a partir da meia noite do dia 18 de janeiro, em protesto contra a realização do leilão de entrega da Linha 5 – Lilás e Linha 17 – Ouro.

Este leilão é um processo cheio de irregularidades. O provável vencedor é a CCR, empresa que opera a Linha 4 – Amarela, que nasceu sob a forma de parceria público privada.

Além disso, o projeto de Alckmin era realizar o leilão de concessão em setembro de 2017. Ele foi suspenso em função do baixíssimo valor através do qual a empresa vencedora – que já sabemos qual é – poderá adquirir o direito de operar as linhas 5 e 17.

Mas para além das irregularidades, a entrega de uma parte de uma companhia estatal, um patrimônio público do povo paulista, trata-se de um verdadeiro absurdo.

Ambas as linhas ameaçadas foram construídas com dinheiro público e se este leilão vingar, o lucro de sua operação será revertido para uma empresa que nada investiu na construção das linhas, ou seja, quem vai se apropriar disso não é o povo de São Paulo.

A privatização não é o caminho para resolver os problemas do metrô e do transporte público em geral. Esta entrega em particular possui um contrato que garante ao consórcio vencedor a garantia de lucro, com dinheiro público.

Esse conjunto de absurdos fez a categoria decidir paralisar suas atividades em protesto a este projeto de entrega do patrimônio público. Uma greve de 24h, sucedida de uma manifestação em frente à Bovespa, local aonde será o leilão, no dia 19, as 9h.

Muito importante construir essa luta e enche-la de solidariedade. Precisamos da força e apoio de todos os movimentos sociais, pois a privatização não coloca em jogo apenas o emprego dos metroviários de São Paulo, mas coloca em jogo a luta por um transporte público, gratuito, estatal e de qualidade, que é de interesse de todo o povo paulista.