Taurus: recorde de vendas ataca refeitório e plano de saúde dos trabalhadores
Publicado em: 5 de novembro de 2017
Por: redação, de Porto Alegre, RS.
Com matriz em São Leopoldo (RS), a TAURUS é uma das principais produtoras de armas leves do mundo e a principal fornecedora de armas para as polícias no Brasil. Desde que a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) adquiriu a empresa, a CBC conduziu uma reestruturação geral e profunda a serviço de aumentar o lucro sobre as costas dos trabalhadores. Um dos resultados foi o aumento da produção à níveis históricos sem um proporcional aumento do número de trabalhadores e das condições de trabalho. A Taurus passou de cerca de 40.000 armas para em poucas meses chegar à mais de 92.000. Mesmo assim, a empresa ataca o refeitório e o plano de saúde dos trabalhadores.
Conversamos com alguns operários que nos contaram que a empresa retirou o bolo e o achocolatado do café da manhã. E que a refeição diminuiu bastante e ainda aumentou o valor em 3%. As trabalhadoras do refeitório por sua vez nos contaram que o patrão da empresa do refeitório diz que a Taurus não está pagando a empresa e que também terá que cortar direitos delas. Se não fosse tudo, a Taurus já anunciou que vai extinguir o plano de saúde da UNIMED e obrigará todos os funcionários, mesmo aqueles com tratamento em curso, a irem para a Doctor Clin.
Um trabalhador nos falou que “Alguns colegas da Taurus chegaram a reclamar das mulher do refeitório o que é muito errado. Elas não tem culpa de nada. Pelo contrário, são até mais vítimas que nós: trabalham tanto quanto a gente e tem um salário que é uma merreca”. Outro operário disse que “agora que a empresa ta nessa situação é que nós vamo ve quem é quem. Quem são os puxa saco e quem vai enfrenta os homi. Chegou a hora do sindicato mostrar a cara também”.
Esses ataques se inserem num recente drama da empresa em que gerentes e supervisores falam abertamente de falência. Em setembro a Taurus atrasou a folha de pagamento em 2 dias. Comenta-se que muitos fornecedores estão há meses sem receber. Não se sabe ao certo se de fato a situação econômica da empresa é crítica ou se tudo não passa de um grande jogo psicológico para enterrar alguns direitos dos trabalhadores e aplicar com força o que for possível da reforma trabalhista. O jogo psicológico serve para criar um estado de terror dentro da empresa em que os trabalhadores possam pensar que é melhor aceitar todos os ataques para evitar a empresa quebrar, como se fosse responsabilidade dos trabalhadores a situação da empresa. O fato é que o patrão gosta de dividir com os trabalhadores o prejuízo, o lucro não: há uma grande expectativa dos empregados que depois do aumento da produção e com o esforço de tantas horas extras, fins de semana e aumento do ritmo de trabalho, viesse finalmente a equiparação salarial, melhores condições de trabalho, promoções e uma Participação nos Lucros e Resultado (PLR) “compatível” com o aumento da produção.
Se a empresa está de fato quebrada ou se tudo não passa de um terror psicológico para atacar os direitos e aumentar a exploração temos de encarar de um só jeito: precisamos nos organizar e lutar. Porque se a empresa estiver quebrando não pode ser os trabalhadores a pagar por essa situação. É possível que os empresários queiram espremer até o caroço e mesmo assim afundar a empresa.
Dia 10 de novembro é Dia Nacional de Luta contra a reforma trabalhista e previdenciária chamada pelas sindicatos metalúrgicos de diversas centrais sindicais como a CUT, CTB e a CSP-CONLUTAS. É uma ótima oportunidade para os metalúrgicos e metalúrgicas da TAURUS e o Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo construírem esse dia de protesto contra os ataques da empresa e também do governo.
Foto: reprodução das redes sociais.
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