Catalunha republicana desafia monarquia espanhola
Publicado em: 3 de outubro de 2017
Por Henrique Carneiro, Colunista do Esquerda Online
A Espanha é um conjunto de povos de diferentes línguas governados por um centralismo castelhano monárquico baseado no ramo dos Bourbon que perderam a sua França originária, mas se mantém como soberanos da maior parte da península ibérica.
A Espanha só teve cerca de 10 anos de vida republicana em toda a sua história moderna e a monarquia se impôs historicamente por meio da contra-revolução.
A Espanha conheceu apenas duas repúblicas de breve duração.
A primeira, durante o “sexênio revolucionário” de 1868 a 1874, começou com um movimento militar que derrotou a rainha Isabel II, mas ao invés da república as cortes (parlamento) foram eleitas por sufrágio universal masculino e votaram uma constituição que não abolia a escravidão e, ao invés da república, aprovava um reinado com um rei estrangeiro, Amadeo, da Savóia!
Numa votação, os deputados escolheram-no dentre uma lista de reis. Nada mais ridículo do que um rei eleito por deputados!
Seu reinado durou só dois anos e abdica em 1873. Só então vem a brevíssima 1ª República, que durou menos que os dois anos do rei Amadeo, e é derrubada por um golpe militar que proclama a restauração dos Bourbon.
A Segunda República começou em 1931 e acabou em 1939 com a vitória de Franco na guerra civil.
O rei que tinha se exilado, Alfonso XIII e seu filho sucessor, Don Juan, Conde de Barcelona, não aceitavam a República, mas tampouco aceitam que Franco se torne chefe do estado. Este ditador restaura a monarquia, mas assume a chefia do estado com a “Lei de Sucessão da Chefia do Estado”, em 1947, o que o rei não reconhece e continua no exílio.
A Espanha se torna uma monarquia com um rei exilado.
Só após a segunda guerra que o filho de Alfonso XIII, morto em 1941, se reaproxima de Franco e lhe envia o seu próprio filho Juan Carlos para ser o pupilo do ditador que o prepara para a transição. Após a morte do ditador, em 1975, se instala no trono Juan Carlos I que é aceito na Constituinte de 1978 como rei.
Seu filho Felipe VI, vai hoje à TV em cadeia nacional, para fazer o pronunciamento do herdeiro bourbônico no trono sobre a revolta da Catalunha republicana.
No centenário da revolução russa, um sucessor espanhol da dinastia dos Bourbon, que foram destronados pela revolução francesa em 1789, em pleno século XXI, vai a TV tentar impedir que sua Coroa perca a Catalunha.
Melhor seria que abdicasse de vez.
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