Absurdo racista no Metrô de São Paulo
Publicado em: 16 de setembro de 2017
Por Camila Lisboa e Valter Rocha, de São Paulo, SP
No dia 15 de setembro, um funcionário da estação Praça da Árvore foi demitido do metrô sob alegação de que teria agredido um usuário.
Este usuário frequenta a estação aonde Valter trabalha, o funcionário demitido, que também assina esta matéria. Há algum tempo, este usuário fazia gestos racistas ao funcionário, que é negro. Imitava macaco e chegou a xinga-lo de macaco.
A atitude do metrô foi arbitrária e injusta, porque ao invés de garantir o direito de defesa de Valter, assumiu a versão do usuário e demitiu o funcionário.
Além de arbitrária e injusta, a demissão é conivente com a atitude racista. Em situações de conflito com usuários – que acontecem recorrentemente porque o sistema não atende direito à população – os funcionários negros e negras são frequentemente insultados com xingamentos racistas.
Situações como essa já foram diversas vezes relatadas ao Metrô, que em lugar de tomar uma atitude e defender os trabalhadores negros e negras deste tipo de humilhação, tira-lhes o direito de defesa, como fez com Valter.
Essa demissão precisa ser revertida já! É um absurdo o oprimido ser punido pela sua própria opressão.
As políticas de combate ao racismo estão muito atrasadas no metrô. Um supervisor da Linha 5 pediu para uma funcionária negra “pentear” seus cabelos. Fato que já ocorreu com o próprio Valter, em 2008.
O movimento sindical da categoria precisa se unir aos movimentos de luta contra o racismo para reverter essa demissão. A empresa está tendo uma atitude inadmissível, criminosa, pois o racismo é crime e o responsável pela injúria é quem deve ser punido e não a vítima do preconceito.
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