Por: Diogo Xavier
Em 1° de agosto deste ano, Santiago Maldonado foi detido pela Polícia Nacional Argentina e de lá para cá, ninguém possui informações sobre seu paradeiro. Este é o primeiro desaparecido político do Governo Macri.
Santiago vive na Patagônia, no Sul da Argentina, local com forte presença dos povos originários, que nos últimos meses têm travado uma forte batalha contra os governos de Chile e Argentina que estão unidos para perseguir os Mapuches. Durante um protesto contra a extradição de uma liderança Mapuche, Santiago foi detido pela autoridade Argentina e, até hoje, nenhuma notícia.
O caso mobilizou fortemente a Argentina e colocou em xeque o governo de Mauricio Macri. Durante as primárias em agosto, o tema foi muito levantado pela oposição, inclusive pela ex-presidenta Cristina Kirchner, que entrou na campanha. Além disso, houve diversas manifestações, já que o caso se tornou emblemático contra as repressões e ataques às comunidades originárias promovidas pelo governo. Na última sexta-feira (01/09), quando se completou um mês do desaparecimento, uma multidão tomou as ruas de Buenos Aires protestando contra o governo e pedindo pela vida de Santiago.
As feridas com desaparecidos ainda são muito abertas na Argentina, pois o País teve cerca de 30 mil desaparecidos durante a Ditadura e conta com movimentos, como o Mães da Praça de Maio, que pedem pelo paradeiro dos seus filhos até hoje.
A repercussão internacional também foi muito grande e gerou uma forte campanha nas redes e cobrando as autoridades pela internet.
Este caso se assemelha com o do Amarildo, que gerou uma grande campanha durante os atos antes da Copa do Mundo e que depois foi comprovada a ação da polícia em matar o pedreiro sob tortura.
É necessário seguir na luta para que não haja mais nenhum Santiago Maldonado, ou Amarildo!
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