Da Redação
O Movimento Por uma Alternativa Independente e Socialista (MAIS) acaba de anunciar, na manhã desta sexta-feira (04), o ingresso no Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). A decisão foi tomada no congresso da organização, que aconteceu dos dias 27 a 30 de julho, em São Paulo.
“Estamos dando um passo para construir uma alternativa ao PT pela esquerda. Não podemos ficar reféns dos retrocessos do Temer e nem do lulismo. Para nós, o PSOL é parte desse polo alternativo que irá cumprir esse papel”, opinou Valério Arcary, professor e militante do MAIS que ajudou a fundar o PT e o PSTU.
Além de Valerio, do MAIS participam ativistas como a professora Amanda Gurgel, a mais votada vereadora da história de Natal (RN); Mauro Puerro, ex-vereador de São Paulo (SP) e dirigente da central sindical CSP-Conlutas; Matheus Gomes, ativista do movimento negro e ativista dos protestos de junho de 2013 em Porto Alegre (RS); Henrique Carneiro, professor da USP e militante antiproibicionista; Zé Gotinha, coordenador geral do sindicato da construção civil de Belém; a professora Silvia Ferraro, ativista do movimento de mulheres e da Frente Povo Sem Medo, e Nestor Bezerra, do sindicato da construção civil de Fortaleza (CE).
Antes de decidir pelo ingresso no PSOL, O MAIS atuava como movimento independente desde que surgiu, no dia 23 de julho de 2016, fruto de uma ruptura com o PSTU. Apesar de ser composto por diversas gerações, a maioria jovens, parte dos integrantes são ativistas de longa data, com origem na Convergência Socialista, grupo trotskista formado nos anos 1980. Lutaram contra a ditadura; após a redemocratização participaram da fundação do PT; em 1994 fundaram o PSTU e, em 2016, decidiram seguir um novo caminho.
“É com imensa alegria que nós recebemos a informação de que, no congresso do MAIS, esta organização decidiu ingressar nas fileiras do PSOL, se tornando uma corrente interna de nosso partido. Nós estamos vivendo um momento de grandes dificuldades para o povo brasileiro, de retirada de direitos, mas também um momento de reorganização da esquerda e estamos empenhados para que esta reorganização da esquerda seja feita reunindo todos aqueles que lutam por democracia, por liberdade, que lutam pelo socialismo, aqueles que, nas ruas, estão se unindo contra o golpe, se unindo para não perder direitos. São bem vindos às fileiras do PSOL e, certamente, nesse processo congressual, as suas visões, as suas contribuições engrandecerão ainda mais o processo democrático de construção do programa para 2018 e da plataforma para reorganizar a esquerda no Brasil”, afirmou o presidente do PSOL, Luiz Araújo.
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Congresso do #MAIS aprova entrada no PSOL
O 1º Congresso Nacional do Movimento por uma Alternativa Independente e Socialista (#MAIS), realizado entre os dias 27 e 30 de julho, aprovou a entrada de nossa nova organização no Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). A decisão foi resultado de um rico e democrático debate interno, que envolveu mais de 800 militantes em todo país.
Vivemos tempos desafiadores. A ofensiva da classe dominante sobre os trabalhadores e o povo brasileiros coloca, de modo incontornável, a tarefa da resistência unificada dos explorados e oprimidos. Sem a máxima unidade “dos de baixo” será impossível deter os ataques do andar de cima.
O impeachment orquestrado pela direita foi, antes de tudo, um golpe para destruir direitos históricos da classe trabalhadora. O #MAIS se somará ao PSOL para fortalecer a luta contra o ilegítimo governo Temer e suas contrarreformas, e por eleições diretas e gerais.
Mas há um sentido mais profundo em nossa decisão. É tempo de construir um novo caminho para a esquerda brasileira.
Os treze anos de governos de conciliação de classes do PT desaguaram, tragicamente, no golpe parlamentar. É preciso extrair lições dessa experiência. A opção pelo pacto com os grandes empresários e partidos da direita cobrou seu preço. Chegada a crise política e econômica, os velhos aliados da direita, como sempre fazem, traíram.
Mesmo assim, a direção do PT já deu incontáveis provas de que não aprendeu com os erros do passado. Como afirma Lula em seus discursos, o objetivo é repetir a mesma estratégia nas próximas eleições de 2018. É ilusório acreditar que o lulismo possa abraçar um programa e uma política consequentes de enfrentamento com os ricos e poderosos.
É tempo de dar passos em frente no processo de reorganização da esquerda brasileira. Nesse sentido, o PSOL apresenta-se como o principal e mais dinâmico partido independente do lulismo.
A tarefa é difícil e, ao mesmo tempo, desafiadora: reencantar os trabalhadores para enfrentar as amarras estruturais que prendem nosso povo à pobreza e à exploração. Em outras palavras, apresentar um programa que ouse afrontar os privilégios seculares de uma burguesia racista, corrupta e submissa ao imperialismo.
Assim, o #MAIS se somará ao PSOL para recuperar as ruas e o trabalho de base nas fábricas, periferias e locais de estudo enquanto espaços centrais de atuação política. Entramos no PSOL com nossas próprias ideias. Levaremos aos fóruns do partido nosso programa socialista e nossa estratégia revolucionária. Conformaremos uma Tendência Interna nos marcos dos estatutos do partido.
Queremos atuar ombro a ombro com todas e todos do PSOL, para que, em cada embate da luta de classes, possamos elaborar conjuntamente a melhor política para a libertação dos trabalhadores e trabalhadoras, negras e negros, LGBTs, juventude, indígenas, sem-terras, sem-tetos e quilombolas.
Não somos a única organização marxista no Brasil. É momento de estar mais perto do que longe, para que as divergências entre a esquerda socialista não ameacem a necessária unidade. Construir sínteses e convergências, sem prejuízo ao debate das diferenças. Esse é o desafio.
O processo de entrada do #MAIS no partido obedecerá a certas fases. Será uma construção que levará em conta as definições do PSOL, expressas no convite à nossa entrada, e também a discussão permanente com toda a nossa militância.
O #MAIS seguirá atuando com todo empenho na luta direta dos trabalhadores, da juventude e dos oprimidos. Nos movimentos sindicais, populares, identitários e estudantis, nossa organização seguirá levantando suas bandeiras e propostas.
Construindo também o PSOL, acreditamos ser possível dar uma contribuição superior à luta pela transformação socialista do Brasil.
Viva a luta da classe trabalhadora!
Viva o socialismo!
Coordenação Nacional do MAIS
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