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MOVIMENTO

OPINIÃO | Petrobras: resistir aos ataques e fortalecer a classe

Por: Rafael Queiroz, de Belo Horizonte, MG

Os ataques aos trabalhadores aumentam a cada dia. Na Petrobras, alvo do capital internacional, não é diferente. O sucateamento da empresa, a fim de facilitar sua entrega às multinacionais, resulta em demissão de milhares de trabalhadores e no aumento da insegurança para os demais empregados diretos e indiretos e também para as comunidades e meio ambiente.

Economistas garantem que a maior empresa do Brasil não está quebrada, pelo contrário, é uma das que apresentam melhores resultados quando comparada com outras gigantes do setor, como Chevron e Exxon. Os resultados que a mídia apresenta, assim como a auditoria feita por uma empresa estadunidense, são falaciosos e têm como único objetivo justificar a privatização da empresa responsável pela produção da maior parte da energia consumida no Brasil.

A atual diretoria da Petrobras, presidida por Pedro Parente, destrói gradativamente a empresa. Paralisação de obras praticamente concluídas, demissão de milhares de trabalhadores a partir de quebra de contratos com empreiteiras ou através de programa de demissão voluntária e venda de ativos da empresa são algumas das ações tomadas para tornar a Petrobrás mais atraente ao estrangeiros.

O mais recente ataque da diretoria foi ignorar o Acordo Coletivo da categoria e reduzir o número mínimo de trabalhadores da operação em diversas plantas pelo país. Esse número é o mínimo necessário para operar com segurança uma unidade petroquímica. Foi reduzido de forma unilateral em refinarias de Pernambuco, Amazonas, Bahia, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo.

E em outras refinarias não tardará a tentar impor também a redução. A categoria petroleira se indignou e e decidiu fazer greve em todo o refino do Brasil desde o dia 30 de junho até que retornassem com o número mínimo que não coloque a segurança do trabalhador e das comunidades próximas em risco. Algumas liminares favoráveis foram expedidas, mas a diretoria ainda não recuou de sua decisão arbitrária na Rnest e na Rlam, refinarias que ficam respectivamente em Pernambuco e na Bahia.

Infelizmente, mais uma vez, a Federação Única dos Petroleiros se posiciona contrária aos interesses da categoria e tenta acabar com o movimento o mais breve possível, sem que haja conquista do seu principal objetivo. Em vez de fortalecer o movimento, unindo todos os trabalhares do sistema Petrobras, a FUP indicou aos sindicatos a ela filiados que suspendessem a greve nas refinarias.

Apesar do recuo ter sido aceito em muitos locais, nem todos acataram de imediato o indicativo da federação. Em Minas os petroleiros decidiram por manter o movimento em solidariedade aos companheiros das refinarias de Pernambuco e da Bahia e só suspender após encerramento da greve nesses estados.

O sentimento de unidade dentro da categoria deve ser fomentado. A consciência de classe deve ser restabelecida. Os trabalhadores devem se unir para enfrentar os agentes do capital.

Foto: Agência Petrobras