Por: Equipe de Formação da Escola do Peão, de Fortaleza, CE
No ano de 2015, realizamos, em Fortaleza, a experiência da então chamada Escola do Peão, que está em fase de retomada e reconstrução, nesse ano de 2017, como um espaço de educação permanente. Trata-se de uma atividade de formação contínua que pretende promover, numa perspectiva política socialista, a alfabetização e o letramento dos trabalhadores, militantes, ou não, de diversos setores, especialmente os setores mais precarizados da classe, para os quais a conquista da possibilidade de estudo historicamente é parte da própria luta de classes.
A dinâmica de reorganização da esquerda, com vistas a fazer frente ante os ataques aos direitos sociais e à construção de saída alternativa para a crise, faz urgente a formação política e a organização de todos os trabalhadores. Ampliar as formas de pensar para qualificar caracterizações e análises, diversificar os modos de agir e de organizar as lutas são capacidades necessárias aos trabalhadores. Isso perpassa diferentes demandas de instrumentalização e modos distintos de se relacionar com os elementos da cultura, inclusive, com a leitura e a escrita.
A aquisição da língua e a formação em geral, pelo lugar que ocupam na mediação e na articulação das lutas democráticas e revolucionária, interferem diretamente no desenvolvimento dos indivíduos, na capacidade de compreenderem o sistema capitalista e as relações sociais que se dão nele, bem como possibilitam a ampliação das análises e do debate político sendo essencial para a concretização da democracia operária. A linguagem, como produção humana, é uma categoria que preserva um papel substancial na construção da consciência de classes, como para a efetivação das transformações reais com a concretização da revolução social, nossa finalidade histórica.
Nessa perspectiva, o projeto da Escola do Peão se fundamenta em alguns princípios que nortearão sua atuação:
- Alfabetizar e letrar os trabalhadores sobre uma esteira política e classista e socialista, a fim de desenvolver suas capacidades de análise e interpretação dos fenômenos políticos;
- Ampliar os espaços de atuação, qualificando a intervenção e a inserção dos trabalhadores nos seus locais de moradia, trabalho e militância;
- Possibilitar aos trabalhadores a ampliação do seu repertório cultural e conhecimento político, partindo da teoria marxista.
Em concordância com esses princípios, a Escola do Peão, em 2015, teve suas atividades divididas em três eixos de trabalho, a saber: a alfabetização, o círculo de leitura e a fábrica de textos. Por meio dessas atividades, sempre associadas aos meios de comunicação e de expressão artística, os trabalhadores foram apresentados às ferramentas necessárias para a sua atuação na vida social e política, recorrendo e valorizando sempre as vivências e experiências, as histórias de vida e as atividades profissionais e militantes de cada participante. Buscou-se a inserção de todos nas discussões sobre os conceitos da língua portuguesa e das temáticas políticas, como classe, partido, revolução, socialismo, capitalismo, com vista à formação em uma perspectiva crítica e revolucionária.
Assim, estamos retomando as atividades da Escola do Peão. A ideia é que ela seja um espaço vivo, democrático e diverso, que revele a importância da formação política, cultural e intelectual à luz da teoria marxista. Não possuímos e não desejamos um projeto pronto, finalizado, ou engessado. Contamos com a experiência desenvolvida em 2015, mas queremos dialogar e construir com trabalhadores dos mais diversos setores, militantes, ativistas e com todos aqueles que se interessam em pensar juntos e colaborar com essa tarefa. É o que já está acontecendo,
Vamos todos ler e escrever política para contarmos uma nova história: a história e a luta dos trabalhadores.
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