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MOVIMENTO

Petroleiros paralisam turno da RECAP por efetivo e contra punições

Ninguém fica para trás

Por: Everton Bertucchi, de Mauá, SP

Petroleiros da Refinaria de Capuava (RECAP) realizaram uma mobilização contra a punição de um dos operadores. Fizeram corte de rendição no turno da noite, durante 14 horas. O trabalhador foi pressionado pela gerência a assinar uma carta que poderia até mesmo ameaçar seu contrato de trabalho. A manifestação, no entanto, foi vitoriosa e a carta com teor de advertência está anulada.

A empresa provocou o conflito, com a retirada de um posto de trabalho em um setor e a intenção de aumentar o número de tarefas em outro setor, para compensar. Convocou pessoas de outra área para que realizassem curso sobre o posto de trabalho eliminado.

Este processo foi baseado em um estudo realizado pela Petrobras, que já ganhou o apelido de “Engenharia Reversa”, porque, a partir dele, é realizadaa uma série de medições de tempo das tarefas executadas, simulações de procedimentos de resposta operacional e de emergência para justificar o corte de postos de trabalho.

O estudo foi apresentado para os empregados, inclusive sem a metodologia dos cálculos aplicada. Sendo assim, o Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo (Sindipetro-SP) convocou setoriais na RECAP e na Refinaria de Paulínia  (Replan) para discutir as ações contra este ataque, que faz parte do processo de desmonte da Petrobras, nas mãos de Pedro Parente, indicado por Temer para acelerar a privatização.

A medida é preocupante, já que aumenta a carga horária de trabalho, expondo mais o operador ao risco. Por coincidência, a medida acontece no momento em que a soma dos trabalhadores que aderiram aos Planos de Incentivo à Demissão Voluntária pode chegar a quase 20 mil pessoas, nos PIDVs 2014 , 2015 na BR e 2016.

O  Sindipetro-SP, filiado à Federação Única Petroleiros (FUP), está organizando as setoriais, reuniões na porta da refinaria, para informar o ocorrido aos trabalhadores dos próximos turnos, que estão entrando para trabalhar.