Da Redação
Esta sexta-feira (12) marca um ano do governo de Michel Temer, após o impeachment da ex-presidente Dilma Roussef (PT). O caráter do governo construído após um golpe parlamentar é escancarado na cerimônia de balanço realizada em Brasília. O 1º vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB), foi claro em seu discurso: “Definitivamente, esse não é um governo populista”, em referência ao mandato do peemedebista. Cássio ainda classificou as ações dos opositores como “terrorismo”.
O presidente do Senado Eunício Oliveira (PMDB) não compareceu à cerimônia, com a justificativa de estar em viagem no exterior para exames médicos. Em seu lugar, o senador do PSDB desfilou caracterizações de como enxerga os um ano de governo de Temer. “É preciso pensar como qualificar esse período de um ano. Poderíamos usar vários adjetivos, menos um: populismo. Definitivamente, esse não é um governo populista”.
Cunha Lima não explicou, no entanto, o que entende como um governo populista. O que se sabe é que o governo Temer está, na verdade, longe de ser um governo popular, ou com popularidade. Tanto o presidente, quanto suas medidas, o que foi demonstrado nas últimas pesquisas. Segundo o Datafolha, 71% consideram o governo Temer ruim ou péssimo e 71% reprovam a Reforma da Previdência. O mesmo é comprovado no nenhum interesse de Michel Temer em relação à opinião da população sobre seu governo. Como justificativa, por diversas vezes proferiu: “Não sou candidato à reeleição”.
Em entrevista recente à Rede TV, Reinaldo Azevedo deu a deixa ao presidente para que explicasse os motivos da sua anti-popularidade, dando a interpretação de que as expectativas futuras sobre a economia poderiam significar um otimismo crescente por parte da população. “Seu governo fez coisas importantes”, disse Azevedo, que chegou a conjecturar que o motivo da rejeição seria o fato de as medidas ainda não terem sido postas em prática por um tempo suficiente para avaliar suas consequências.
Em um bate e volta, o comentarista de política e Temer parecem zombar da população. É exatamente esse o motivo pelo qual as pessoas rejeitam as reformas, como a da Previdência, pelas consequências desastrosas que essas poderão significar no futuro. E foi por essas pautas que foi construída uma greve geral no dia 28 de abril, com adesão de categorias importantes de trabalhadores. Talvez sejam essas as ações que, no discurso do vice-presidente do Senado, apareçam como “terroristas”.
Aos olhos da situação, terroristas também poderiam ser as medidas como a que tentou aprovar o PSOL na Comissão da Reforma da Previdência, da Câmara dos Deputados. Que a proposta fosse encaminhada para plebiscito popular e, assim, passasse pelo julgamento dos brasileiros. O destaque, no entanto, foi recusado. Não há interesse em ouvir.
Desde o primeiro dia, com um governo construído à revelia do interesse da população até este 12 de maio, no conteúdo e na forma, a principal característica do governo parece ser o poder de fechar os ouvidos e dar as costas aos trabalhadores e jovens do país, com medidas que visam atacar direitos históricos. Com isso, a tentativa de marketing com o slogan “Um ano de coragem, trabalho e avanços” sobre o balanço do governo poderia ser: Um ano de coragem, trabalho e avanços contra os trabalhadores”.
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