Por: André Valuche, de São Paulo, SP
No dia 6 de março, o prefeito Rubens Furlan (PSDB) chamou a imprensa do município e da região Oeste da grande São Paulo para fazer um breve balanço de seus primeiros cem dias de governo. Repetiu a ladainha muito usual que culpa o governo anterior (Gil -DEM) e ex-aliado político por não cumprir uma de suas principais promessas de campanha, “recuperar a saúde pública de Barueri nos primeiros três meses”. Disse que estava recuperando as finanças do município e, assim, faria as melhoras prometidas. Poucas horas depois dessa entrevista coletiva, Furlan foi pessoalmente comunicar aos 1300 trabalhadores e trabalhadoras terceirizados do Hospital Municipal de Barueri, que estavam demitidos.
A reação foi imediata e exigia que a Prefeitura garantisse a manutenção do emprego e os pagamentos atrasados. Furlan disse que buscassem seus direitos na Justiça. No dia seguinte, 07 de abril, trabalhadores realizaram assembleia junto com o sindicato SUEESSOR e deliberaram por entrar em greve, caso não fossem atendidos. Muito desespero e revolta desses trabalhadores resultou na resistência contra as demissões e a busca de apoio popular. Panfletagens na porta do hospital e denúncias à imprensa foram realizadas.
Terça-feira (11) foi o dia manifestações públicas na porta do hospital e pelas ruas da cidade. Caminharam até a sede da Prefeitura e não foram recebidos por Furlan e por ninguém. Caminharam até a Câmara Municipal de Barueri e insistiram para entrar e pressionar os vereadores.
Por algumas horas paralisaram a sessão e ouviram promessas de apoio. Não confiando nessas promessas, mantiveram as lutas e hoje protestaram paralisando a rodovia Castelo Branco que corta o município. A repressão logo chegou e, tentando intimidar esses trabalhadores e trabalhadoras, a PM levou o advogado Flávio (SUEESSOR) para o DP para que esse assinasse um termo circunstanciado.
O advogado não assinou, pois estava no pleno exercício de sua profissão, além de a manifestação ser justa e necessária diante do caos provocado na vida desses cerca de 1300, mães, pais e artigos de família. Até mulheres grávidas foram demitidas.
É preciso apoiar a luta desses trabalhadores e trabalhadoras para a manutenção do emprego e de seus direitos. A terceirização aprovada na Câmara dos Deputados já foi usada pelo prefeito Furlan, pois, aquela votação garantiu ao contratante de trabalho terceirizado a abstenção de qualquer participação solidária com os direitos dos trabalhadores. Não às demissões. Pela garantia de todos direitos. Não à criminalização das lutas dos explorados e do advogado e camarada de lutas Flávio.
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Foto: Reprodução Facebook
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