Por: Eliana Nunes e Richard Araújo, de São Paulo, SP
Na tarde de 8 de abril, um feito histórico alegrou as 417 professoras e professores vindos de todo o Estado de São Paulo e que se reuniram no auditório do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo. Foi lançada a Chapa da Oposição Unificada para a eleição da próxima diretoria da Apeoesp, que acontecerá no próximo 25 de maio. Este importante passo, que colocará a disputa no maior sindicato da CUT num patamar há muito tempo não visto, precisa ser ampliado para o conjunto do país, que presenciou nos últimos anos a adaptação da ampla maioria do movimento sindical na educação aos interesses da CUT e do PT e impôs uma série de derrotas para a luta em defesa da escola pública.
A Chapa, que reúne 25 agrupamentos da esquerda socialista com atuação na Apeoesp, conseguiu sintetizar uma unidade política e programática mínima que permitiu construir as bases para apresentar ao conjunto da categoria uma alternativa de direção da esquerda socialista diante do projeto representado pela ARTSIND (CUT/PT), cada dia mais questionada pela categoria nos locais de trabalho e que tem levado ao próprio questionamento sobre a representatividade do sindicato, que tende a aumentar diante da tentativa de reeleição pela quinta vez da atual presidenta do sindicato.
A unidade alcançada animará a vanguarda e a categoria a entrar em campo, colocando a disputa do sindicato em patamares bastante distintos das últimas eleições, além de demonstrar que é possível superar as diferenças políticas para construir uma plataforma comum que apresente uma saída ao projeto burocrático e de conciliação com os inimigos da educação pública defendido pela maioria da direção da Apeoesp.
Construir a greve geral pela base: derrotar nas ruas Temer e seus ataques a nossos direitos
A primeira e mais importante tarefa da Chapa da Oposição Unificada é organizar a construção desde a base da Greve Geral no 28 de abril, transformando cada escola num espaço de organização da categoria e da comunidade escolar para derrotar a Reforma da Previdência e demais golpes contra os direitos dos trabalhadores e da juventude, rechaçando qualquer possibilidade de privilegiar o calendário eleitoral de 2018, como faz a direção da Apeoesp e da CUT.
A luta contra as reformas e o governo golpista de Temer é agora. Vamos construir uma campanha a serviço da unidade ampla para a derrota de Temer nas ruas, e ao mesmo tempo comprometida em construir uma alternativa socialista, de independência dos trabalhadores ao projeto de colaboração com os patrões e a direita, defendido pela CUT/PT, que, com sua política nos 13 anos em que governou o país, atrelou a maioria do movimento sindical à defesa do governo.
Democracia para lutar
A chapa busca construir, como perfil, o necessário combate às opressões de raça, gênero e orientação sexual, que se expressa na composição da chapa encabeçada por um negro e uma mulher, e também apresenta uma plataforma de defesa da democracia sindical e de luta contra as adaptações burocráticas. Se propõe ao combate aos privilégios dos dirigentes, o rodízio dos mandatos sindicais e a defesa de mecanismos democráticos para que a Apeoesp volte para as mãos da categoria, que precisa ter voz e comando para fortalecer o sindicato como instrumento de luta em defesa da escola pública, gratuita e de qualidade.
A convenção e o clima de unidade do lançamento da Chapa da Oposição Unificada foram um primeiro e importante passo na luta por outra concepção de sindicato. Agora, a tarefa de cada ativista, de cada professora e professor descontente com a atual maioria da direção da Apeoesp, é transformar esta campanha numa forte luta em cada região, local de trabalho, redes sociais, para ampliar o seu alcance e disputar os corações e mentes da categoria para derrotar este projeto que há décadas se encastelou em nosso sindicato e trazer o sindicato para as mãos da categoria.
Foto: Reprodução Facebook
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