Por Pedro Augusto Nascimento, de Santo André/ SP
Na noite de ontem (06), uma forte chuva parou o Grande ABC, isolou a cidade de Mauá, e paralisou a circulação dos trens da Linha Turquesa da CPTM.
Para piorar, pela segunda vez no ano, uma ponte que cruza o Rio Tamanduateí, em Santo André, cede, transformando o trânsito na cidade, que já é péssimo, num verdadeiro inferno.
Dessa vez, a ponte que caiu é uma das mais movimentadas da cidade, pois atravessa a Avenida dos Estados no Centro de Santo André. A ponte que cedeu em Janeiro no Bairro Santa Terezinha, na mesma avenida, até hoje não foi consertada. Some as duas pontes caídas, e hoje tivemos trabalhadores levando duas horas para fazer percursos que normalmente levariam meia hora para percorrer.
O stress provocado por essa situação está nítido nos rostos da população. Motoristas se xingando, buzina para todo o lado, motoristas e cobradores de ônibus estendendo ainda mais as suas já extenuantes jornadas de trabalho e aquela sensação de que a solução para esses problemas levará meses para ser concluída.
O prefeito de Santo André, Paulinho Serra (PSDB), disse no Twitter que o problema com a ponte seria resolvido rapidamente, segundo avaliações técnicas. Horas depois, a ponte que havia cedido caiu dentro do rio, demonstrando que o seu aval técnico não passava de torcida. Coisa de amador.
Para variar, isentou-se da responsabilidade de resolver o recorrente problema de transbordamento do Córrego Oratório, que deságua no Tamanduateí e, segundo ele, é responsável pelos alagamentos pela cidade. Colocou na conta do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), do governo de São Paulo, comandado pelo seu aliado Geraldo Alckmin. Se Alckmin tiver tanta pressa de resolver o problema do córrego quanto tem para iniciar as obras do Metrô do ABC, podemos todos prever incontáveis anos de enchentes em Santo André.
Paulinho Serra não pode esconder-se atrás do discurso de que sofre com o legado de seu antecessor, já que foi, ironicamente, o Secretário de Mobilidade Urbana e Obras do governo de Carlos Grana (PT), entre 2012 e 2015, e abandonou o cargo para se preparar para a disputa das eleições em 2016. Esse fato diz muito sobre a sua qualidade como gestor público, mas também da já tradicional incompetência PT em escolher seus aliados políticos.
Problemas vem de longe, mas não dá mais para esperar
Há um longo histórico de erosões nas margens do Rio Tamanduateí em Santo André. Não é preciso ser nenhum especialista para olhar para outros trechos da Avenida dos Estados e ver que o asfalto já está cedendo, além de pontos que já passaram por manutenções, que nunca foram concluídas.
A população andreense não pode aguardar a boa vontade de Paulinho Serra que, de previsão e obras públicas, já demonstrou que não entende nada. É preciso organizar a indignação para pressionar o prefeito. A população trabalhadora de Santo André não merece mais esse prêmio indigesto na sua volta pra casa.
Fonte: Reprodução RDtv
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