Por: Larissa Vasques*, de São Paulo, SP
Na última semana, os estudantes da Universidade de São Paulo realizaram recepção aos ingressantes. Logo na terça-feira (7), calouros e veteranos vivenciaram cenas de barbárie protagonizadas pela polícia militar a mando da reitoria. Na pressa de aprofundar as medidas de austeridade na universidade, o reitor Zago aprova a “PEC do fim da USP” na base de repressão totalmente descabida da PM e tropa de choque. O ato convocado pelas três categorias terminou com sete detidos e vários feridos.
Mesmo assim, a reunião do Conselho Universitário, órgão máximo de deliberação da universidade, ocorreu e, apesar de protesto de conselheiros que se retiraram do espaço ilegitimo, Zago conduziu a reunião de forma ditatorial e a proposta foi aprovada com 52 votos contra 32.
No dia seguinte, estudantes respondem aos ataques participando de uma das calouradas mais cheias dos últimos anos. A mesa inaugural com o tema “A crise política no Brasil: perspectivas de luta da juventude” lotou o auditório da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU). Durante a tarde, aconteceram oficinas e debates sobre violência, gênero, raça, educação, saúde, direito à cidade. O dia terminou com uma festa na vivência estudantil do DCE para fortalecer a ocupação dos espaços estudantis, que também vêm sendo fortemente atacados nos últimos anos, em particular na gestão Zago. A calourada foi construída coletivamente pelo DCE e muitos Centros Acadêmicos e ativistas independentes, o que possibilitou uma unidade importante do conjunto do movimento estudantil e o fortalecimento das entidades.
No quarto dia de aula (quinta-feira) uma programação de última hora para a semana de recepção: um ato arrastão para denunciar a repressão e assembleia geral estudantil. O clima era de unidade, sentimento que não era visto nos fóruns do movimento nos últimos anos, com grande representatividade de calouros e calouras indignados com a situação. Foram aprovadas as pautas de revogação da “PEC do fim da USP”, com a construção de um abaixo-assinado, e o Fora Zago.
Paralisação Nacional
Contra a reitoria antidemocrática, estudantes respondem com mais unidade e aprovam a incorporação da universidade à paralisação nacional do dia 15 de março contra o governo também ilegítimo de Temer e a Reforma da Previdência. Serão convocadas assembleias nos cursos na próxima semana para garantir uma paralisação efetiva na Universidade de São Paulo.
O movimento da universidade inicia o ano em uma dinâmica de fortalecimento. É um passo importante para armar as lutas de resistência aos ataques à educação e aos direitos da juventude que serão travadas no próximo período.
*Larissa é estudante de Relações Públicas
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