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MOVIMENTO

Centrais sindicais não chegam a um acordo sobre calendário unificado, mas atos nos dias 08 e 15 de março prometem

Por: Gibran Ramos, da coordenação da Fasubra, federação que representa os servidores da universidade federais

As centrais sindicais se reuniram nesta terça (08) após seminário do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) sobre reforma da previdência e infelizmente não avançaram na construção de um calendário de lutas unificado.

O cenário é preocupante para os trabalhadores diante da aplicação do ajuste e da reforma da previdência que vai redesenhar a Constituição, saqueando direitos históricos para atender os interesses do capital diante da crise econômica. Há uma luta fracional entre distintos setores da burguesia que se expressa na briga entre judiciário e Congresso Nacional. Mas em relação ao saque de direitos e aplicação do ajuste, estão todos unificados.

O governo Temer controla dois terços do Congresso e tem conseguido avançar na aplicação de seu pacote de maldades contra os trabalhadores. Temer e a maioria do parlamento corrupto só vão parar com seu plano de saque a direitos caso os trabalhadores construam manifestações na escala de centenas de milhares nas ruas das principais cidades do país.

No ano passado lutamos muito, mas a falta de um calendário de lutas unificado dividiu forças e não construiu um movimento suficientemente forte para impedir a aprovação da PEC do Fim do Mundo. Caso passe a reforma da previdência o Brasil será outro país, pois os trabalhadores estarão condenados a trabalhar até morrer.

Na semana que vem deve ocorrer uma nova reunião das centrais para tentar chegar num acordo sobre calendário de lutas.

Os dias 08 e 15 de março precisam ser abraçado por todas e todos!

Enquanto as centrais não se entendem, o movimento vai criando um calendário que está ganhando convergência em torno do dia internacional da mulher (8 de março) e do dia da deflagração da greve nacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (15 de março).

Várias entidades sindicais e algumas centrais assumiram esse calendário, que precisa ser impulsionado para levarmos às ruas milhares de trabalhadores para derrotarmos Temer e a reforma da previdência. Em relação ao dia 08 de março, precisamos ter como referência os atos de massas que explodiram nos EUA contra Trump e que tiveram as mulheres como protagonistas. É preciso denunciar a violência contra as mulheres e as consequências brutais da reforma da previdência sobre elas.

No dia 15 de março, os trabalhadores da educação da rede básica vão deflagrar greve em todo país. É fundamental transformarmos essa data num dia de manifestações, protestos e paralisações de várias outras categorias. O Fórum dos Servidores Públicos Federais já incorporou essa data em seu calendário, mas outras categorias, centrais e movimentos sociais precisam se unificar em torno dessa data.

Reunião da CSP-Conlutas, em meio a polêmicas, aprova calendário de lutas

Nos dias 03,04 e 05 de fevereiro, foi realizada a reunião da coordenaçao nacional da CSP-Conlutas. A análise de conjuntura e o seminário sobre a reforma da previdência foram os principais temas da reunião, que contou com a participação de 129 delegados e 250 observadores com importante representação de varias organizações sindicais e movimentos sociais.

As principais polêmicas se deram em torno da analise da correlação de forças, da importância de construção de uma frente única contra as maldades de Temer e da necessidade de construir um calendário de lutas unificado para lutar.

A direção majoritária da CSP-Conlutas (PSTU) entende que todas as condições para a construção da greve geral já estão dadas e só não aconteceu ainda pela recusa das centrais em convocar a greve geral. Além disso, são contra construir uma frente única para lutar contra a reforma da previdência e não tiveram acordo em buscar participar da reunião da Frente Povo Sem Medo para discutir um calendário unificado de lutas. Por fim, após muita polêmica e desgaste, eles aceitaram incorporar o dia 15 de março no calendário, no qual queriam que fosse somente uma data de lutas da educação.

Outros setores da central no qual se encontra os militantes do MAIS defenderam que, embora as centrais majoritárias vacilem em convocar uma greve geral, é preciso construir em primeiro lugar um calendário de lutas apoiado em processos reais que abram as condições para a construção de uma greve geral no país.

Também defendemos que diante da ofensiva política, ideológica e econômica contra os trabalhadores, é absolutamente necessário construir uma frente única entre as organizações da classe, movimentos sociais e juventude para lutar contra as maldades de Temer. Além disso, para se contrapor à influência política da direita e ao projeto de conciliação de classes Lula 2018, foi proposta a construção de uma Frente de Esquerda e Socialista como alternativa política para os trabalhadores, no qual também não há acordo com o campo majoritário da central.

Auditoria da Dívida convoca reunião para discutir proposta de plebliscito popular

No dia 14 de fevereiro vai ocorrer em Brasília uma reunião convocada pela auditoria da divida para discutir e construir uma proposta de consulta popular sobre o ajuste fiscal e as contra reformas do governo Temer.

Essa iniciativa pretende unir todo o movimento social para, por meio de um plebiscito popular, mobilizar milhões criando uma massa crítica para acumular forças e ganhar a opinião publica contra as maldades do governo e do congresso nacional. Todas e todos lá!

Assista o debate de conjuntura que teve a participação do professor Valerio Arcary (MAIS), Plinio de Arruda Sampaio(Psol) e Zé Maria(PSTU):