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EDITORIAL

Unificar a esquerda em um grande plebiscito popular

Editorial 2 de fevereiro

O Brasil está mergulhado em uma profunda crise. E quem sofre com isso é a juventude e o povo trabalhador. São mais de 23 milhões de desempregados. Diante disso, a política do governo Temer é aplicar um duríssimo (des) ajuste com o objetivo de fazer com que nós paguemos a conta dessa crise.

A geração atual de jovens está sendo sacrificada, perdendo qualquer possibilidade de se aposentar no futuro. A aprovação da PEC do fim do mundo congela o orçamento do país por 20 anos, e terá impactos de longo prazo.

É preciso unificar a resistência
Ainda nos últimos meses do ano passado, o levante estudantil e as datas nacionais de luta mostraram que há setores importantes da sociedade com disposição de resistir aos ataques de Temer.

Entretanto, sozinhas e desarticuladas, as lutas dessas categorias e setores da sociedade não são suficientes para barrar o plano de ataques e acabar com o governo Temer e com o mandato dos corruptos e reacionários do Congresso Nacional. É preciso mais.

É necessária a constituição de uma ampla frente única para derrotar Temer e o Congresso. E a tarefa dessa frente, em primeira ordem, é a de disputar a consciência e mobilizar o povo trabalhador, dialogando com milhões. Só com o povo consciente e em ação será possível dar uma saída para a crise.

Para cumprir esse objetivo, o instrumento nesse momento é a realização de um grande plebiscito popular, para que o povo possa decidir sobre as medidas de ajuste (PEC 55, Reforma da Previdência, Reforma Trabalhista e etc), mas também sobre novas eleições gerais para presidente e o Congresso. Esse plebiscito deve ser organizado por uma ampla frente única que reúna movimentos sociais, entidades sindicais, ativistas das ocupações e greves, coletivos, partido políticos de esquerda e todos os que defendam o direito democrático de expressão da vontade da maioria do povo.

Outro formato de consulta pública também pode ser adotado conforme forem se somando novos parceiros nessa unidade. Além das perguntas que, sem dúvidas, deve ser elaboradas democrática e conjuntamente a partir da discussão entre os diversos setores envolvidos, entidades, partidos políticos de esquerda e ativistas independentes.

A Auditoria Cidadã da Dívida tem levantado algumas reflexões importantes sobre o que poderia ser essa consulta pública e com quais perguntas. Esse é um bom caminho.

Frente Única tem que ter independência e luta
Diferente da frente ampla defendida pelo PT e pelas forças do lulismo, achamos que a tarefa que melhor unifica os movimentos de resistência se pauta pela mobilização da classe trabalhadora contra os ataques aos direitos. Que este movimento afirme uma saída independente nas eleições, sem cometer os mesmos erros do passado. Essa saída independente seria, em nossa opinião, uma frente de esquerda socialista encabeçada pelo PSOL e o MTST, conjuntamente com o PSTU, PCB e os movimentos sociais combativos.

Já vimos aonde chegam os governos de conciliação de classe. Precisamos de mais! Reunir o espírito da resistência e unidade, aprender com os erros e olhar para o futuro confiando apenas na força da classe trabalhadora. Avançar! Esse é nosso desejo para 2017.

Marcado como:
Plebiscito / temer