Pular para o conteúdo
Colunas

Denúncia: grupo assassino de LGBTs se organiza pelo Whatsapp

Travesti Socialista

Travesti socialista que adora debates polêmicos, programação e encher o saco de quem discorda (sem gulags nem paredões pelo amor de Inanna). Faz debates sobre feminismo, diversidade de gênero, cultura e outros assuntos. Confira o canal no Youtube.

Por Jessyca Milare, Colunista do Esquerda Online

Uma denúncia feita por mensagem à página ‘Homofobia Não’ do Facebook aponta a existência de um grupo que se organiza através do Whatsapp para assassinar LGBTs. Foram enviadas mensagens de Whatsapp que seriam de autoria de alguma ou algum militante do grupo convidando à participação do grupo sob pagamento de uma taxa de 15 reais e o envio de documentos. A organização seria comandada por uma ‘pastora’. As mensagens afirmam ainda que “Não são todos q podem matar. Uns fica p atrair o gay” (sic). Alguns comentários feitos na postagem confirmam a existência desse grupo, mas que a ‘pastora’ na verdade seria um homem.

É preciso que isso seja investigado e que os possíveis responsáveis sejam punidos. A facção criminosa precisa ser desmontada e seus membros devem ser presos. Não é aceitável que um crime como esse saia impune.

Grupos de assassinos de LGBTs são uma realidade no Brasil
O assassinato de Luis Carlos Ruas, um vendedor ambulante do metrô de São Paulo conhecido como ‘Índio’, confirma a triste realidade: existem, no Brasil, grupos que se juntam com o objetivo de assassinar LGBTs. O alvo, a princípio, era Edvaldo, um morador de rua gay. Raissa, uma travesti que estava por perto, e Luis tentaram evitar o espancamento e ouviu o grupo dizer “Vamos matar, vamos matar ele”. Como a travesti conseguiu fugir, o grupo perseguiu e espancou o ambulante, que também havia tentado apartar a briga. Encaminhado ao hospital, Luis acabou falecendo.

O espancamento de Taísa Silva, no Rio de Janeiro, e de sua irmã, Luciana Silva, que tentou protegê-la, apresenta as mesmas características: um grupo que agrediu Taísa simplesmente por ela ser uma mulher trans.

A existência de uma figura pública de ideologia fascista como o Bolsonaro e de seguidores que se organizam em grupos pelas redes sociais para difamar e perseguir grupos feministas, LGBTs e negros acabam fomentando a existência de crimes de ódio e de grupos que se organizam com esse objetivo. É preciso dar um basta em situações desse tipo.

Infelizmente, na nossa sociedade LGBTfóbica, não é possível esperar a “boa vontade” do poder público para coibir esse tipo de organização, nem mesmo para reconhecer a existência da opressão contra LGBTs. Apenas a nossa luta e o constrangimento podem pressionar para que medidas de combate à LGBTfobia sejam tomadas: medidas através do sistema educacional, da mídia, da imprensa, do sistema político e também criminal. Infelizmente, também não é possível esperar que esses grupos abandonem seu ódio simplesmente pelo diálogo. É preciso que a LGBTfobia seja criminalizada.

Foto: Imagem da página ‘Homofobia Não’, no Facebook.