No Rio Grande do Norte, dia 11 foi de muita luta e resistência
Publicado em: 12 de novembro de 2016
Por: Maurício Moreira, de Natal, RN
Nesta sexta-feira, 11 de novembro, o dia começou diferente em muitas partes do país. A rotina de muitas cidades foi alterada, milhares de trabalhadores do campo e da cidade saíram às ruas para se manifestar contra as medidas antipopulares e entreguistas anunciadas e praticadas pelo governo Temer. A pauta central que unificou os movimentos sociais e as forças políticas foi a luta contra a PEC 241 (PEC-55), também chamada de PEC do fim do mundo, pois reduz drasticamente os recursos investidos nas áreas sociais, como educação e saúde, e deixa intacto o pagamento dos juros e amortizações da dívida pública para os banqueiros.
Notadamente, a cidade de Natal amanheceu em clima de greve geral, com diversas categorias paralisadas e vários serviços suspensos. A luta começou antes mesmo do sol nascer. Centenas de manifestantes fecharam a rodovia que leva ao complexo industrial, conseguindo atrasar o início do funcionamento de algumas fábricas da região, a maior delas, a Guararapes do Grupo Riachuelo. Os rodoviários também paralisaram suas atividades, os primeiros ônibus só começaram a circular pela cidade depois das 8h. O MST fez diversos cortes de estradas pelas rodovias do estado. Além disso, os trabalhadores da saúde e educação, tanto da rede estadual, como da cidade de Natal e outras cidades do Interior, também paralisaram suas atividades.
O quadro geral é de mobilização pelo estado, especialmente no setor da educação. Algumas escolas da rede estadual continuam ocupadas pelos estudantes, que agora também ocupam a sede da Secretaria de Educação. A UFRN também está com todas as suas atividades suspensas, os estudantes estão ocupando a sede da reitoria, e os professores e técnicos administrativos decretaram greve. Vários cursos também já decretaram greve estudantil.
O atraso nos salários do funcionalismo público estadual e de várias cidades do estado é uma cruel realidade. E o Prefeito de Natal, Carlos Eduardo, já apresentou um projeto que reduz os gastos de algumas áreas sociais, como a saúde, e admitiu que os salários vão continuar atrasando. Em resposta, os servidores públicos municipais de Natal estão em estado de greve e podem decretar greve por tempo indeterminado a qualquer momento.
Portanto, este Dia Nacional de Greve Geral e Paralisações foi a culminância de um processo de luta que está ocorrendo no estado do Rio Grande do Norte, como parte da realidade mais geral, ainda que desigual, do país.
Esta sexta-feira pode ter sido apenas o ensaio geral para processos mais fortes e unificados de resistência. Se os setores organizados da classe trabalhadora entrarem definitivamente em cena e em aliança com a primavera estudantil que já se encontra em curso, aí então poderemos ter uma mudança de rumo na preocupante conjuntura nacional. Mas, para isso, as direções majoritárias do movimento, especialmente a CUT e o MST, precisam apostar, de fato, na capacidade de mobilização e transformação da classe trabalhadora.
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