Petroleiros agitam dia nacional de lutas com mobilizações em dez estados

Por: Pedro Augusto, de Mauá, SP

Petroleiros de diversos estados do país realizaram atos, paralisações, atrasos e fechamentos de estradas no Dia Nacional De Lutas. Junto com o dia 25 se novembro, o dia de hoje é parte do calendário de lutas unitário acordado entre as centrais sindicais e movimentos sociais. A pauta é contra a retirada de direitos prometida pelo governo Temer(PMDB), em especial a PEC 55 (PEC 241, quando tramitou no Congresso), mas também as reformas da Previdência e Trabalhista.

As mobilizações também fazem parte da jornada de lutas aprovada pelos petroleiros em função da campanha salarial da categoria, mas principalmente por causa da luta contra a privatização da Petrobras. Nas últimas semanas, os petroleiros têm rejeitado amplamente a segunda proposta da empresa para o aditivo do ACT (Acordo Coletivo de Trabalho). As duas federações que representam a categoria, FUP (Federação Única dos Petroleiros) e FNP (Federação Nacional dos Petroleiros), indicaram a rejeição da proposta e aprovaram um plano de lutas, ainda que de forma não coordenada.

Anúncio de redução do preço dos combustíveis e prejuízo contábil marcaram a semana

As mobilizações ocorrem na mesma semana em que a diretoria da Petrobras anunciou redução dos preços dos combustíveis e também prejuízo no terceiro trimestre deste ano.

A redução do preço dos combustíveis poderia ser uma boa notícia, mas na última vez em que isso ocorreu, o reajuste não foi repassado pelos postos aos consumidores. A nova política de preços da Petrobras também prevê aumentar o preço quando oscilar para cima os preços internacionais. Ninguém tem dúvida que, nesse caso, o reajuste será sentido nos bolsos dos trabalhadores.

Já em relação o anúncio do prejuízo contábil do terceiro trimestre, a depender das últimas assembleias da categoria, os petroleiros não parecem estar convencidos a arcar com esse resultado. É o que reflete a quase unanimidade na rejeição das propostas da empresa para o aditivo do ACT, que continuam abaixo da inflação (6% na última proposta) e retiram direitos como a redução do valor da hora extra pela metade, a migração compulsória dos auxílio almoço e vale-alimentação para ticket refeição e a proposta que permite a redução de jornada com redução de salário.

O prejuízo declarado ontem, quinta-feira (10) tampouco combina com o ritmo de trabalho nas unidades da Petrobras, que mantém a produção com cargas elevadas, porém com um efetivo bem menor. Somente neste ano, a Petrobras já reduziu o seu quadro de funcionários diretos em 10%. E isso sem contar os petroleiros terceirizados que tiveram pelo menos 170 mil empregos sacrificados nos últimos três anos, devido à paralisação das obras e à redução dos contratos de manutenção nas unidades operacionais, mas também de asseio e limpeza, segurança patrimonial e pessoal administrativo.

Confira, abaixo, o quadro das mobilizações de petroleiros que ocorreram no país:

Bahia: Paralisação e ato em frente ao EDIBA.

Ceará: Petroleiros próprios e terceirizados da LUBNOR, em Fortaleza, realizaram atraso na manhã desta Sexta-feira.

Duque de Caxias: Trabalhadores realizaram ato e atraso na entrada do turno e do administrativo da REDUC, pela manhã.

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Espírito Santo: Dirigentes sindicais e trabalhadores da base participaram do ato com outras entidades sindicais e movimentos sociais em frente à TV Gazeta, ailiada da Rede Globo, no estado.

Litoral Paulista: Os trabalhadores realizaram ato e atraso no Terminal de Alemoa, em Santos, e na UTGCA, em Caraguatatuba.

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Minas Gerais: Na Refinaria Gabriel Passos (REGAP), em Betim, os trabalhadores do turno cortaram a rendição à 0h. Também houve ato e atraso na entrada do Administrativo na REGAP, Termelétrica Aureliano Chaves e Transpetro.

Norte Fluminense: Interdição da Rodovia Amaral Peixoto próximo ao Parque dos Tubos, em Imboassica, Macaé.

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Paraná: Paralisações e atrasos na Fábrica de Fertilizantes de Araucária (FAFEN- Araucária).

Rio de Janeiro: Ato em frente ao EDIHB, no Rio de Janeiro e atraso no TEBIG, em Angra dos Reis.

Rio Grande do Norte: Paralisação de petroleiros diretos e terceirizados pela manhã e ato na Base-34, em Mossoró.

Rio Grande do Sul: Mesmo sob chuva, os trabalhadores realizaram ato e atraso pela manhã, na entrada da Refinaria Alberto Pasqualine (REFAP), em Canoas.

Sergipe: No campo de Carmópolis, trabalhadores realizaram ato e atrasaram a entrada pela manhã.

Unificado de São Paulo: Em Paulínia, além dos petroleiros diretos e terceirizados, também participaram do ato na portaria Norte da REPLAN o Sindicato dos Químicos e da Construção Civil. No Terminal de São Caetano do Sul, houve ato e atraso pela manhã. Em Mauá, petroleiros terceirizados e diretos realizaram ato na entrada da Refinaria de Capuava (RECAP) e fizeram atraso de 3 horas.