Da Redação
Na noite da última quarta-feira (26) os estudantes do Instituto Federal em Sapucaia do Sul com o apoio de professores e servidores decidiram ocupar a unidade em defesa da educação. A ocupação é contra a PEC 241 (agora PEC 55/16), a Medida Provisória do Ensino Médio (MP 746) e o projeto de lei “escola com mordaça”. A escola que tem cerca de 1200 estudantes é a primeira a ser ocupada na região do Vale dos Sinos próximo de Porto Alegre.
O grêmio estudantil já vinha realizando uma série de debates acerca dos projetos de lei do governo Temer e muitos estudantes já vinham participando de protestos em Sapucaia contra os ataques do governo. Mas foi nesta segunda feira em assembleia com mais de 260 pessoas que os estudantes decidiram se somar a onda de ocupações em defesa da educação junto à 1200 unidades de ensino.
“O IF tá tomado de vida. A gente tá muito organizado e aprendendo muito”.
Assim resumiu perfeitamente uma estudante que participa da ocupação. Neste primeiro dia de ocupação os estudantes organizaram uma oficina de teatro, uma roda de debate sobre a Lei da Mordaça, um bate papo sobre o monopólio da mídia e mídias alternativas e uma oficina de estatística.
Os estudantes até agora estão se organizando em 4 comissões: geral, segurança, alimentação e comunicação. A comissão “geral” é a mais ligada ao grêmio e tem o objetivo de organizar as outras comissões e também tudo o mais que surgir. A comissão de segurança tem o propósito de controlar a entrada e saída e a identificação das pessoas. A comissão de alimentação cuida da alimentação dos estudantes e a comissão de comunicação é a equipe de divulgação dessa mobilização.
Nas horas vagas os estudantes limpam a escola, organizam as comissões, dividem tarefas e conversam com a população pelas redes sociais.
Ao final do primeiro dia da ocupação ocorreu uma assembleia com cerca de 50 estudantes, mais alguns professores e pais que avaliou o primeiro dia. O que deu certo e errado. O que está acontecendo em outras ocupações e quais os próximos passos.
As mulheres que lideram
Contrariando toda a lógica da sociedade em que vivemos em que as mulheres ocupam papeis submissos e secundários, aqui na ocupação são as mina que lideram. Desde a coordenação da assembleia, das comissões e mesmo nos momentos mais críticos as mulheres foram as principais lideranças.
Conversamos com Stefanie Thais Loyola que é estudante do 3º ano do ensino médio e presidenta do grêmio estudantil. Ela nos contou que “o movimento vem crescendo e hoje apesar de alguns contratempos deu tudo certo. Queremos o apoio da população porque essa luta não é só dos estudantes. É uma luta muito maior. É em defesa da educação!”.
#EuApoio
Hoje o centro da resistência aos ataques de Temer e seus aliados no congresso nacional se dá através do movimento de ocupações e da luta em defesa da educação e os os estudantes precisam do apoio dos pais, amigos, vizinhos, parentes, colegas, movimentos sociais e demais trabalhadores. Estão pedindo contribuições de alimentos e materiais de higiene, mas principalmente do apoio ativo das pessoas “que as pessoas venham até o campus, ocupem conosco, nos ajudem a organizar oficinas e debates e se manifestem nas redes sociais nos apoiando” completou o estudante Filipe Machado.
Saiba mais sobre o que é a PEC 241, a Medida Provisória do Ensino Médio (MP 746) e o projeto de lei “escola com mordaça”.
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