Da Redação
Nesta segunda-feira (24), dia em que em todo o país há mobilizações contra a PEC 241, a Reforma do Ensino Médio e outras medidas do governo Temer (PMDB), os prédios do Centro de Educação, Comunicação e Artes (CECA) da Universidade Estadual de Londrina (UEL) foram ocupados pelos estudantes. No estado, mais de cem escolas se encontram ocupadas, além de institutos federais.
A ocupação, de acordo com carta divulgada pelos ocupantes, pretende fortalecer também a luta contra “os desmandos e calotes do Governador Beto Richa”, uma vez que, segundo afirmam, as três categorias da universidade, professores, servidores e estudantes já se encontravam em greve.
Entre as pautas reivindicadas na ocupação estão o repúdio às PEC 241 e à MP 746, além de apoio às ocupações protagonizadas pelos estudantes secundaristas, luta pela permanência de política de cotas sociais e raciais, contra sucateamento das universidades públicas, ampliação de bolsas de permanência e moradia estudantil, entre outras que dizem respeito ao campus. “Nossa estrutura física do curso está totalmente acabada, temos goteiras enormes nas salas de ensaio e que acabam molhando a caixa de força. A gente não tem segurança alguma, por isso lutamos também pela manutenção dos nossos laboratórios de pesquisa”, explicou a estudante de Artes Cênicas da UEL Letícia Pocaia.
Leia a carta da ocupação na íntegra:
CENTRO ACADÊMICO DE ARTES CÊNICAS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA, NO PARANÁ, OCUPADO | CARTA DE OCUPAÇÃO
Hoje, dia 24 de outubro de 2016, nós, estudantes do curso de Artes Cênicas da Universidade Estadual de Londrina, comunicamos às comunidades interna e externa da UEL, que estamos ocupando, nesse instante, os prédios do nosso curso, que se localizam no Centro de Educação, Comunicação e Artes (CECA).
Uma vez que as 3 categorias da Universidade (Professores, Servidores e Estudantes) já se encontram em greve contra os desmandos e calotes do Governador Beto Richa, para com seus acordos com a Educação Pública, identificamos como necessária essa atitude de nossa parte.
É preciso lembrar que o mesmo, no dia 29 de abril de 2015, promoveu um verdadeiro massacre, um cenário de guerra. Bombas de efeito moral, spray de pimenta e balas de borracha eram disparadas dos quatro cantos do Centro Cívico de Curitiba contra professores e professoras, servidores e servidoras, bem como estudantes que se encontravam reunidos(as) com o objetivo de frear a aprovação do “Pacotaço” de medidas que feriam, profundamente, o funcionamento e a autonomia das Universidades e Escolas Estaduais do Paraná.
Hoje, alimentados pelas medidas do atual governo, presidido por Michel Temer, que comprometem a educação e a saúde dos brasileiros, assim como o descumprimento de Richa com os acordos firmados, que deram fim a greve do ano passado, mais uma vez, tivemos que paralisar as nossas atividades para lutar contra o corte dos poucos direitos que, através de muita luta, nos estavam assegurados.
Trazemos como pontos primordiais que nos levaram a essa decisão de ocupação as seguintes pautas:
Repúdio às
– PEC 241: A PEC 241 representa um ataque direto ao direto à saúde e educação, congelando os valores investidos nas áreas durante 20 anos!
– MP 746: As medidas do usurpador Michel Temer são um duro ataque a educação pública. Um retrocesso ao ensino já debilitado. É o mecanismo para fechar escolas e turnos, além de uma fonte de desemprego para milhares de trabalhadores da educação!
Colocamo-nos inteiramente
– Em apoio às Ocupações e Luta dos Estudantes Secundaristas;
– Luta pela Permanência da Política de Cotas Sociais e Raciais;
– Contra o sucateamento das Universidades Públicas;
– Pela ampliação das bolsas de permanência e Moradia Estudantil da UEL;
– Contra o Policiamento no Campus e por uma atualização e formação dos seguranças patrimoniais, que já circulam no mesmo;
– E pela segurança e manutenção do espaço acadêmico, nossos laboratórios de pesquisas, que se encontram em condições precárias, nos colocando em risco.
Nesse sentido, convidamos a todas e todos, que estejam interessados em somar conosco nessa luta, a acompanharem as nossas ações e conhecerem o nosso espaço.
Fotos: Divulgação
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