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BRASIL

Eleições 2016 – veja os primeiros resultados

Da Redação,

Foram 45 dias de campanha, a eleição mais curta desde a redemocratização. O tempo de TV foi reduzido, a esquerda socialista teve 11 segundos. As mudanças nas regras eleitorais impulsionadas por Eduardo Cunha (PMDB), hoje com mandato cassado, tiveram efeito. Apesar das condições difíceis, os partidos da esquerda socialista fizeram uma bonita campanha nas principais capitais.

PSOL, PCB, PSTU apresentaram candidaturas importantes que discutiram um projeto para a cidade diferente da direita tradicional e dos partidos que foram base do governo do PT.

Não são poucos os ataques prometidos pelo atual governo de Michel Temer (PMDB). Já está em tramitação da PEC 241, que congela os investimentos sociais em saúde e educação e logo após as eleições virão mais projetos reacionários. Reforma trabalhista, Reforma da Previdência e privatizações. Este é o plano de Temer.

A grande maioria das capitais aponta a vitória eleitoral da base aliada de Temer. Além de ter a maioria do Congresso Nacional, o presidente ilegítimo agora tem a Prefeitura de muitas capitais brasileiras.

Para além das eleições, a esquerda socialista tem uma tarefa urgente, fortalecer a resistência necessária para enfrentar os ataques que estão por vir.

Na maioria das capitais, a velha direita avançou. Em contrapartida, resultados como o do Rio de Janeiro, que colocou Marcelo Freixo e Luciana Boiteux no segundo turno e derrotou o candidato Pedro Paulo, do PMDB, acusado de espancar a ex-companheira, expressam que existe um setor de massas crítico e combativo.

No segundo turno do Rio precisamos usar o espaço conquistado pela esquerda para fortalecer a resistência aos ataques, a luta pelo Fora Temer, as pautas da mulheres, dos negros, das LGBT’s. É possível desconstruir a lógica de uma cidade voltada para o mercado.

O Rio de Janeiro esteve nos holofotes do mundo com os megaeventos da Copa do Mundo e das Olimpíadas, recebeu rios de dinheiro, mas isso não foi o suficiente para a derrota desse projeto. Ao contrário, foi a verdadeira demonstração de que esse modelo não é viável e precisa acabar.

Em nosso editorial, afirmamos que a esquerda socialista enfrentou com suas limitações as grandes campanhas. Enfrentando condições difíceis, o PSOL, o PSTU e o PCB apresentaram uma saída pela esquerda para a atual crise política nacional.

Afirmamos que estaríamos mais fortes e que seria muito melhor se estivessem todos juntos, mas que, infelizmente, a Frente de Esquerda foi uma exceção.

Apontamos o que considerávamos passos importantes na batalha pelo enfrentamento aos cortes dos direitos sociais. Apontamos alguns resultados.

No Rio de Janeiro, no dia anterior à eleição, a porcentagem apresentada pelo Ibope já colocava Freixo no segundo turno, com 16% dos votos. Antes, apontavam a média de 12%. Freixo atingiu na reta final 18,26%. O primeiro lugar, o pastor da Igreja Universal, Marcelo Crivella, teve 27,78%.

Com isso, os cariocas terão mais um mês para disputar por uma alternativa real à esquerda do que foi o projeto de conciliação de classes do PT e do que significou o projeto do PMDB e que pretende aprofundar Crivella.

Em São Paulo, Luiza Erundina, que aparecia nas pesquisas com 5% dos votos, teve 3,18%. Haddad, que governou a cidade por quatro anos, não conseguiu a reeleição. Apesar de ter capitalizado o voto útil na reta final, não foi suficiente para ir ao segundo turno. Em 2012, o candidato se aliou a Maluf e a superação ao petismo, infelizmente, não veio pela esquerda. João Dória (PSDB), que tem uma origem no enriquecimento a partir da escravidão e que apontou os grafiteiros como o principal problema da cidade, com uma clara política higienista, venceu no primeiro turno com 53,28%.

Em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Luciana Genro fez 12,06%, não muito diferente do que as pesquisas anteriores ao processo de eleição mostravam. Quem liderava a pesquisa era o candidato do PMDB Sebastião Melo, que que foi para o segundo turno com Nelson Marchezan Júnior, do PSDB.