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EDITORIAL

Na reta final, fortalecer candidaturas da esquerda socialista

A menos de duas semanas do primeiro turno das eleições municipais, as pesquisas de opinião sinalizam um avanço das candidaturas da direita. Os diversos partidos conservadores e fisiológicos que compõem a base de apoio do governo Temer estão na liderança na ampla maioria das cidades e capitais.

Por outro lado, vai se confirmando a expectativa de declínio do PT. Com uma redução expressiva no número de candidatos e sofrendo de forte rejeição popular, o partido de Lula tem poucos nomes com chance de vitória nas cidades mais importantes do país.

No espaço aberto à esquerda, o PSOL aparece como principal força e disputa com o PT a hegemonia político-eleitoral, no campo da esquerda, em cidades importantes. A nova e regressiva legislação eleitoral, porém, restringe bastante o alcance das candidaturas alternativas dos partidos menores.

Faltando poucos dias para o primeiro turno, é hora de fortalecer nas ruas, locais de trabalho e redes sociais, as candidaturas da esquerda socialista.

Aliança com o PT para derrotar a direita?
Utilizando-se do argumento de que a direita está crescendo, o PT e o PCdoB começaram a adotar um discurso em defesa da “unidade de toda a esquerda” contra a direita. O objetivo da direção petista é, na verdade, impedir que um polo alternativo de esquerda cresça e ameace a posição do partido de Lula. Em outras palavras, trata-se de uma armadilha para prender toda a esquerda ao petismo decadente.

Será um grave erro se a direção do PSOL ceder a essas pressões. A delimitação programática e a crítica política ao petismo são fundamentais para a construção de uma esquerda socialista que não queira repetir os erros do passado. Os trabalhadores e a juventude precisam encontrar uma esquerda com coragem de enfrentar o petismo. Só assim será possível construir uma alternativa socialista com vocação para a influência de massas.

Feliz Lula 2018?
O desmoronamento político do PT está diretamente conectado com seu programa de conciliação de classes. As alianças espúrias com a direita e a política econômica voltada aos banqueiros estiveram na base do processo que culminou no impeachment de Dilma. Lula quer reeditar, como afirmou semana passada, a falida estratégia da conciliação por meio de uma nova candidatura em 2018.

Muitos setores da esquerda, inclusive do PSOL, dialogam com essa possibilidade. Consideramos um equívoco enorme. A esquerda está numa encruzilhada: romper ou não com o lulismo? Abandonar ou não a nefasta prática de alianças com partidos burgueses? Fazer da mobilização social a estratégia para a transformação social, ou apostar as fichas na administração do estado capitalista?

Fez falta uma Frente de Esquerda e Socialista nessas eleições
Para enfrentar a direita e construir um polo alternativo ao PT, fez falta a formação de uma Frente de Esquerda e Socialista, que aglutinasse o PSOL, PSTU, PCB e os movimentos sociais, estudantis e sindicais independentes. Estaríamos com mais força, nesse momento, se houvesse essa alternativa unitária.

Fica a lição para o próximo período. Nas lutas e nas eleições, é fundamental a construção da unidade contra a direita e o petismo.

A campanha do MAIS pelo país
O MAIS, Movimento por uma Alternativa Independente e Socialista, está em todo país construindo o apoio às candidaturas da esquerda socialista (PSOL, PSTU e PCB). No Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, por exemplo, estamos apoiando as candidaturas de Marcelo Freixo, Luiza Erundina e Luciana Genro, do PSOL. Em Belo Horizonte, Aracaju e Belém, o MAIS apoia as candidaturas de Vanessa Portugal, Vera e Cléber, do PSTU. Em São José dos Campos, estamos na campanha da Frente de Esquerda com Toninho Ferreira (PSTU/PSOL).

A campanha do MAIS também se faz presente com as candidaturas a vereador. Em Natal, a professora Amanda Gurgel busca a reeleição para a Câmara Municipal com uma linda campanha de massas. O MAIS também tem candidaturas expressivas em Salvador (Renata Mallet), Fortaleza (Nestor), Maceió (Lu), Belo Horizonte (Carine), São José dos Campos (Renatão), entres outras cidades. São candidaturas de negros e negras, operários, mulheres, socialistas e lutadores.