Criada pelo coletivo Sarau do Binho, a segunda edição do evento traz o tema “Gente que lê, une e Transforma”. Ao longo de 12 dias, uma série de atividades ocuparão equipamentos públicos de cultura e educação, localizados no Campo Limpo, Jardim São Luiz e Capão Redondo.
De 12 a 24 de setembro, a Feira Literária da Zona Sul (FELIZS), iniciativa do Sarau do Binho, coletivo formado por artistas, educadores e autores independentes da região do Campo Limpo, bairro da zona sul de São Paulo, ocupará diversos espaços culturais e educacionais da cidade, possibilitando maior acesso das pessoas às atividades propostas pelo evento, para evidenciar a diversidade cultural da produção literária na periferia.
Com uma programação composta por conversas literárias, feira de livros, saraus, oficinas culturais, apresentações musicais, intervenções de dança e teatro, feira de artesanato, debates e exposição sobre mídias independentes da periferia, entre outras ações, a FELIZS 2016 irá percorrer unidades de CEUs, Casas de Cultura, Escolas Públicas, Bibliotecas Públicas e espaços culturais independentes, como o Bloco do Beco, Espaço CITA, CIEJA Campo Limpo, Espaço Clariô de Teatro e o SESC Campo Limpo.
Diane Padial, umas das curadoras da programação da Feira Literária da Zona Sul, destaca que o evento cresceu em relação à primeira edição, realizada em 2015. “Nós teremos 12 dias de programação seguidos. Isso significa um aumento de 100% em relação ao número de atividades realizadas no ano passado. Ou seja, vamos conseguir ampliar o número de pessoas impactadas pelos artistas da periferia e manter o nosso propósito de transformar pessoas por meio do contato com o universo da leitura”, afirma ela, citando que o evento tem uma estimativa de público de 9 mil pessoas.
Com o tema “Gente que lê, une e Transforma”, a segunda edição do evento apresenta importantes levantamentos sobre a produção literária da zona sul de São Paulo. “Nesta edição, vamos fazer uma homenagem à Raquel Trindade, a Kambinda, ativista da cultura negra, artista plástica, poeta, dançarina e coreógrafa, que este ano completou 80 anos, sendo 60 deles dedicados à carreira de artista popular”, ressalta Padial.
Um dos destaques da abertura da Feira Literária da Zona Sul, no dia 12, é a realização do tradicional Sarau do Binho, no espaço Clariô. Já no encerramento do evento, que será realizado no dia 24, na Praça do Campo Limpo, zona sul de São Paulo, a Feira de Livros, composta por mais de 50 de expositores, representados por editoras e autores independentes, será o centro das atenções do público presente, em paralelo a realização de conversas literárias e intervenções artísticas.
A educadora Suzi Soares, integrante do Sarau do Binho destaca que um dos principais objetivos da FELIZS é trazer a tona diversos temas relevantes em torno da literatura, sociedade e território. “A produção literária da periferia é muito rica. E sua linguagem e estética merece não só um evento como esse, mas vários por ano. Por isso, fazemos questão de ocupar espaços onde está a juventude, para compartilhar essa informação com eles.”
Outro compromisso da FELIZS está focado na educação, como uma forte aliada dos processos do conhecimento. “Por meio do Sarau do Binho, nós estamos desenvolvendo um trabalho de base, junto às escolas, CEUs e bibliotecas da região, em parceria com os educadores, pois acreditamos que é possível mostrar aos estudantes que a arte estimula o conhecimento de forma natural e prazerosa”, finaliza Soares, lembrando que o evento terá uma programação dedicada a formação de 500 educadores do ensino público.
Confira aqui a programação completa do evento.
Sobre a Feira Literária da Zona Sul (FELIZS) – Acesse o site
Criada em 2015 pelo Sarau do Binho, um dos principais coletivos literários da periferia de São Paulo, a FELIZS nasce de um desejo de reflexão sobre o movimento cultural que temos vivido ao longo dos últimos anos. Temos hoje um panorama pulsante de múltiplas linguagens que vem sendo, em parte, impulsionado pelos saraus nas periferias. Há uma multiplicação de iniciativas e estas reverberam cada dia mais nos mais variados espaços comunitários e culturais.
O evento também é uma iniciativa para unir potenciais num único espaço e observar a grandiosidade de propostas que a periferia vem desenvolvendo. Queremos nos ver e fortalecer num processo de sinergia, potencializando as ações individuais conectadas ao processo coletivo. Dentro dessa lógica, o fazer cotidiano é essencial, mas é saudável um respiro para reflexão: pensar sobre os caminhos, identificar nossa grandeza e nossas dificuldades.
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