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BRASIL

Meirelles chama protesto de ‘substancial’ e reafirma disposição de aplicar reformas

Hangzhou – China, 02/09/2016. Presidente Michel Temer durante encontro com o presidente da República popular da China, senhor Xi Jinping, na casa de hospedes oficial do Lago Oeste. Foto: Beto Barata/PR

Por: Carolina Burgos, da Redação

Direto da reunião do G20, na China, o ministro da Fazenda Henrique Meirelles teve que admitir. “Cem mil pessoas é um número substancial”, se referiu ao protesto da Avenida Paulista, que reuniu cem mil pessoas para pedir a saída do Presidente da República Michel Temer (PMDB). No entanto, afirmou que, apesar da oposição, não abrirá mão de aplicar as medidas de ajuste fiscal anunciadas pelo governo.

Meirelles ainda tentou diminuir a expressão do protesto. “Já tivemos atos com um milhão de pessoas no Brasil”.

Muito diferente, no entanto, do pronunciamento de Temer no dia anterior aos atos. No último sábado (03), o presidente chegou a desdenhar dos grupos envolvidos na convocação, além da capacidade de reunião de pessoas insatisfeitas com o processo de impeachment e a posse ilegítima. “São pequenos grupos”, classificou. “São 40, 50 pessoas, nada mais do que isso”, completou. No mesmo sentido, o chanceler José Serra endossou a previsão de Temer, chamando os atos de “mini, mini”.

Apesar do recuo dos representantes do governo sobre a caracterização aos atos, Meirelles reafirmou como prioridade de Temer e do Congresso, a aprovação das medidas econômicas que retiram direitos dos trabalhadores e da juventude, como as reformas da Previdência e Trabalhista, apesar de integrantes do próprio Congresso já terem indicado pressão para adiar o envio do projeto da previdência para outubro, quando terminam as eleições municipais.

A manifestação de São Paulo reuniu cem mil pessoas, com integrantes das Frentes Brasil Popular, Povo Sem Medo e Esquerda Socialista, mas também pessoas não ligadas a qualquer movimento. A pauta Fora Temer unificou os presentes. Muitos pediram convocação de novas eleições. Protestos aconteceram em outras cidades do país desde a posse do presidente. Novas mobilizações estão previstas para acontecer no dia 7 de setembro.

Foto: Beto Barata/ PR | José Serra, Henrique Meirelles. Michel Temer e o presidente da Cina, Xi Jinping, na China para reunião do G20.