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MOVIMENTO

Bancários iniciam greve em todo o país a partir da próxima terça

Por: Juliana Donato, de São Paulo, SP

Nesta quinta-feira (01), uma rodada de assembleias de bancários em todo o país decidiu por iniciar, a partir da próxima terça-feira (06), uma greve por tempo indeterminado. Os bancários estão em campanha salarial e enfrentam o setor mais poderoso e mais lucrativo do país, o setor financeiro.

Apesar da crise econômica por que passa o país, os bancos continuaram tendo lucros bilionários, bem acima dos outros setores. Mas, como o lucro diminuiu em relação aos anos anteriores, eles usam a crise como desculpa para não atender as reivindicações dos bancários. O lucro dos bancos diminuiu apesar de eles terem aumentado o nível de exploração sobre os trabalhadores e também sobre a população em geral, já que aumentou a arrecadação de tarifas. O lucro dos bancos caiu porque grandes empresas, como a Oi e a Sete Brasil, que concentram grande parte do crédito bancário no país, quebraram com a crise.

Para tentar jogar sobre os bancários a responsabilidade sobre a diminuição do lucro, os bancos propuseram na mesa de negociação um reajuste de 6,5%, mais R$ 3.000 de abono. A inflação anual, considerando a data-base dos bancários é de quase 10%. Portanto, a proposta dos bancos significaria uma perda salarial de quase 3,5%. Perto do lucro dos bancos, os bancários estão pedindo pouco, a inflação, mais 5%, o que resulta em um índice de 14,97%. Mas, os bancos se recusam a atender a reivindicação e ainda apresentam o abono, conhecido entre a categoria como ‘cala boca’, tão utilizado durante os anos de governo FHC.

Os bancários precisarão enfrentar grandes inimigos: nada menos do que os banqueiros e o governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB), que controla os bancos públicos. Para isso, o desafio será construir uma greve forte, com participação dos bancários e bancárias e procurando unificar sua luta com a de outras categorias que também estão em período de campanha salarial, como os trabalhadores dos correios e os petroleiros. A proposta é construir, no dia 15 de setembro, um dia de mobilizações unificadas, com atos de rua em todos o país.

Para garantir a participação das bancárias e bancários da base, é preciso que a CUT e a CTB, que dirigem a maioria dos sindicatos de bancários do país, conduzam a campanha com democracia. Nesta primeira rodada, na maioria das assembleias, não permitiram que a base se expressasse. Em Salvador, os bancários que queriam denunciar a repressão contra os estudantes da UNEB que protestavam contra Temer, foram impedidos de falar. Em muitas outras assembleias, foi permitido somente que representantes das correntes políticas falassem.

Todas e todos devem participar da greve e das assembleias em todo o país, exigindo democracia e cobrando da CUT e da CTB a unificação da greve dos bancários com as lutas de outras categorias.

Assista ao vídeo da Mayara Conti, da oposição bancária de SP

Foto: Sindicato dos Bancários de SP