Aprovada PEC 55, em segundo turno, no Senado; 60% dos brasileiros são contrários à proposta
Publicado em: 13 de dezembro de 2016
Da Redação

Acaba de ser aprovada, na tarde desta terça-feira (13), em segundo turno, no Senado Federal, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 55), que tramitou na Câmara dos Deputados como PEC 241. Assim como a Reforma da Previdência, era uma das prioridades do governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB). Ao todo, 53 senadores votaram a favor da medida, enquanto 16 foram contrários. Eram necessários 49 votos dos 81 senadores. No primeiro turno, 61 votaram a favor da emenda. Com a proposta, são congelados recursos para áreas essenciais, como saúde e educação, por 20 anos. Aumento real do salário mínimo também fica prejudicado. Agora, a PEC precisa ser promulgada, em sessão marcada para 9h desta quinta-feira (15).
A aprovação da PEC 55 se deu apesar da opinião da maioria dos brasileiros ser contrária à medida. Pesquisa do Datafolha divulgada nesta terça-feira (13), pela Folha de São Paulo, apontou que 60% dos entrevistados são contra a proposta, contra 24% a favor da medida, 4% indiferentes. 12% não souberam responder.

Em protesto, mobilizações acontecem em todo o país. No último dia 29, cerca de 30 mil manifestantes foram a Brasília dizer não à Proposta de Emenda à Constituição (PEC 55). Atos acontecem nesta terça em várias cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
Em Brasília, Esplanada dos Ministérios tem acesso fechado. Só passa com revista. O intuito é impedir mobilizações para aprovar a PEC do Fim do Mundo, a mando de Temer e do Congresso Nacional, como mostra a imagem abaixo;
Veja como votou cada senador:
STF argumenta que decisão sobre caso Renan não pode interferir no calendário de votação da PEC

A sessão foi presidida pelo senador Renan Calheiros, réu no STF. As Senadoras Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) solicitaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) liminar no Mandado de Segurança (MS) 34540, contra a tramitação no Senado da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, conhecida com a PEC do Teto dos Gatos Públicos. O pedido era para que fosse interrompida a sessão desta terça-feira (13). O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido. O argumento das parlamentares era que teria sido descumprido o artigo 363 do Regimento Interno do Senado, que prevê ser necessário realizar três sessões deliberativas ordinárias no segundo turno de discussão de PECs.
Para a PEC 55, no entanto, foram realizadas duas sessões extraordinárias. Em decisão, o ministro argumentou que as duas sessões ordinárias não teriam ocorrido devido ao deferimento da liminar que afastou Renan Calheiros (PMDB-AL) da Presidência do Senado. “A existência de acordo quanto ao calendário permitiria contornar a exigência das sessões ordinárias”.
Para ele, o acordo entre os senadores de cumprir o calendário faz parte de decisão interna da casa. “Como se vê, o acolhimento da tese da inicial pressupõe interpretação do teor do acordo de lideranças firmado no Senado Federal, inclusive à luz de fato superveniente (deferimento de medida liminar na ADPF 402). Em razão disso, não pode a matéria ser objeto de intervenção do Judiciário, por se tratar de tema interna corporis”, afirmou. Renan Calheiros é réu no STF e o Supremo decidiu pela permanência do senador na presidência do Senado.
Veja os comentários dos nossos Colunistas do Esquerda Online:
Saiba Mais:
Veja 10 motivos para ser contra PEC 55
O que é a PEC 55 e o que ela muda na vida dos trabalhadores
Foto: Pedro França / Agência Senado
Top 5 da semana

brasil
Prisão de Bolsonaro expõe feridas abertas: choramos os nossos, não os deles
brasil
Injustamente demitido pelo Governo Bolsonaro, pude comemorar minha reintegração na semana do julgamento do Golpe
psol
Sonia Meire assume procuradoria da mulher da Câmara Municipal de Aracaju
mundo
11 de setembro de 1973: a tragédia chilena
mundo