Henrique Carneiro: ‘Após meses, impeachment vai chegar ao fim’
Publicado em: 29 de agosto de 2016
Por: Henrique Carneiro, colunista do Esquerda Online
Dilma, em seu discurso, rebateu do ponto de vista jurídico a ausência completa de legitimidade nas acusações das pedaladas fiscais.
Mas, ao afirmar que não se acumpliciou com o pior da política no Brasil, não disse a verdade. São seus próprio ex-aliados que agora vão votar pelo fim do seu mandato, entre os quais vários ex-ministros.
Ela se aliou sim com o pior da política no Brasil, de Maluf a Collor, dos partidos fisiológicos aos fundamentalistas evangélicos e, sobretudo, com o PMDB, seu parceiro de longa data.
Por que ela não pode fazer uma auto-crítica destas alianças?
Porque tais alianças continuam!
Mesmo com o impeachment, o PT continua aliado com os partidos golpistas.
Dilma não enriqueceu pessoalmente, o que de fato a distingue da venalidade explícita da maior parte dos que a condenam.
Mas, ela não deixou de manter suas alianças com o pior da política brasileira, com os corruptos mais descarados, com os oligarcas mais antigos, com o sistema político ao qual se adaptou. O mais triste é que o papel maior do PT foi o de neutralizar a mobilização popular, de reduzir o movimento social a uma mera base eleitoral.
Aliados com a burguesia e seus representantes, cumpriram tão bem seu papel de rebaixar as expectativas, de promover o lucro dos setores mais predatórios do agronegócio, da mineração e do capital financeiro, de forjar uma legislação repressiva, que agora, quando perderam sua utilidade como parceiros do grande capital, não há quase mobilização em sua defesa.
O governo caiu num golpe palaciano, urdido pelos seus próprios aliados, e, apesar disso, continua a manter nas eleições municipais alianças com esses mesmos partidos fisiológicos e traiçoeiros, haja vista a aliança de Haddad em São Paulo com o PR de Magno Malta e Tiririca.
Não há como defender o PT que se mantém na mesmas estratégia fisiológica e conciliatória que o levou ao colapso.
A esperança agora é que o Fora Temer cresça e que nas próximas eleições o voto no PSOL, no PSTU e no PCB indique a superação das ilusões no PT.
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