Coluna Rádio Peão
Por: Valter Paturi, operário da Heineken e diretor do Sindicato da Alimentação de São José dos Campos e região
A Heineken está próxima de comprar o Grupo Kirin (Schin e Devassa) por mais de R$ 3 bilhões, segundo o jornal Valor Econômico da última quinta-feira (19). Com a aquisição, a empresa se transformará na segunda maior cervejaria do país, posto que já ocupa no mundo.
A Heineken começou a operar no Brasil após a compra dos ativos da Mexicana FENSA, em 2010 e, desde então, vem ampliando sua presença no mercado nacional. O ritmo de trabalho é intenso e suas cinco fábricas operam com 95% da capacidade instalada.
Mesmo com todo o crescimento, a sede de ampliar os lucros da empresa não para e, agora, até mesmo um simples benefício, como a cota de produtos a que os trabalhadores têm direito está ameaçada, na unidade de Jacareí.
Todos os meses os trabalhadores da Heineken têm o direito a seis cotas de produtos fabricados na unidade, a preço de custo. No caso dos terceirizados, são cinco cotas que, em uma comparação com o valor de mercado, representa um incremento de R$ 450 mensais.
No início do ano, a cervejaria anunciou a decisão de diminuir a cota de produtos a que os trabalhadores têm direito e zerar a cota paga aos trabalhadores terceirizados. Tal medida, infelizmente, já ocorreu em outras plantas da empresa no Brasil, mas os trabalhadores da Heineken de Jacareí, junto com o Sindicato da Alimentação, prometem resistir a esse ataque.
Na última terça feira (17), uma assembleia na portaria da fábrica reuniu trabalhadores diretos e terceirizados e aprovou estado de greve contra o taque ao benefício. A mobilização mostra que os trabalhadores estão dispostos a transformar em ação a grande revolta que tomou conta do chão de fábrica desde o anúncio dos cortes.
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