Por João Gabriel Almeida, do ABC, SP
Nessa terça-feira (8), o Grupo Executivo de Mercado e Preços (GEMP) da Petrobrás anunciou uma nova redução de preços do óleo diesel e da gasolina nas refinarias. A redução ficou em 10,4% do diesel e 3,1% na gasolina.
A justificativa da companhia está na redução do preço internacional do barril de Petróleo, que pressiona o preço internacional dos combustíveis para baixo, incentivando a importação e diminuindo o grau de participação (market share) no mercado.
Reflexo da redução para o consumidor final
Apesar do anúncio da redução dos preços do diesel e da gasolina, não é possível assegurar reduções na mesma proporção para o consumidor. As empresas distribuidoras e os postos de combustível podem absorver parte da redução de preços ou, ainda, ser impactada por outros fatores que influenciam nos preços como o incremento de álcool anidro na gasolina e biodiesel no óleo diesel, que possuem outra dinâmica de preços. Esse foi o caso da última redução de preços que ocorreu. Caso a redução seja totalmente repassada para as bombas, teríamos 6,6% de queda no diesel (aproximadamente R$ 0,20 por litro) e 1,3% na gasolina (aproximadamente R$ 0,05 por litro).
Impactos dos preços menores para a estatal e para o mercado consumidor
Apesar do mercado prever uma diminuição na geração de caixa da Petrobras no curto prazo devido à redução, alguns analistas, como o BTG Pactual, ouvido pela Valor Econômico, avaliam que o mercado provavelmente lidará mal com a nova redução de preços, ao mesmo tempo que uma não redução demonstraria um desrespeito à nova política de preços anunciada pela Petrobras em Outubro.
Esse anúncio de redução cumpre um papel político tanto para o governo quanto para o atual modelo de gestão da Petrobras.
Nova política de preços da Petrobras
A nova redução de preços confirma o novo modelo de gestão de preços da Petrobras por meio do Grupo Executivo de Mercado e Preços, inaugurado na véspera da primeira redução de preços, no dia 15 de outubro. Com a promessa de independência em relação ao governo, a nova política leva em consideração uma maior aderência aos preços praticados internacionalmente, riscos associados à operação e nível de participação no mercado.
A proposta é que os preços de combustíveis tenham avaliação mensal pelo Grupo Executivo de Mercado e Preços composto pelo presidente da empresa, Pedro Parente, o diretor do Refino e Gás Natural, Jorge Celestino Ramos e o diretor financeiro e de relações com os investidores, Ivan de Souza Monteiro.
Foto: José Cruz/Agência Brasil
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