O SUS como barreira de contenção à barbárie. Uma enfermeira como linha de frente no DF: Karine Afonseca


Publicado em: 20 de dezembro de 2025

Resistência-PSOL DF

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Em 2025, o Sistema Único de Saúde (SUS) completou 35 anos. Em texto anterior, abordamos como o SUS, para além de ser o maior sistema de saúde, público e universal de todo o mundo, como ele vai além, sendo muito mais.

O SUS é o mais próximo que chegamos de outro projeto de sociedade. Na verdade, ele é a efetivação de outro projeto societário, pautado na solidariedade, na reafirmação da saúde e da vida como direitos, e não como mercadorias. Por outro lado, ele acaba sendo estrangulado pela própria sociedade em que vivemos e contra a qual ele se põe – e que o antagoniza. Aliás, como afirmamos, o SUS “é projeto, pois aponta para outra forma de ser e de estar neste mundo – bem como de se produzir e ter saúde -, como ele próprio se ocupa de materializar este projeto […] O SUS é uma utopia vivida. Ninguém ‘escapa’ dele, da sua proteção, mesmo os que o desprezam e o atacam”.

Na atual quadra histórica, em que somos ameaçados pelo avanço da barbárie, o SUS se torna cada vez mais uma barreira de contenção à catástrofe. Sua proteção é expandida, indo além de vírus, bactérias, doenças, agravos e até mesmo da morte. Portanto, se queremos criar um cordão sanitário à extrema direita, ao neofascismo, ele passa invariavelmente pela defesa e pelo fortalecimento do nosso SUS.

Não à toa, o SUS é um dos principais polos de ataque de ataque da direita e da extrema direita brasileiras. Vemos diuturnamente propostas que buscam desmontá-lo. Vivemos, durante o governo Bolsonaro, a sua desidratação, o ataque mais sistemático a ele. Como principal resultado, foram 700 mil mortes associadas à pandemia da COVID-19, sendo que se tivéssemos um governo que apostasse no SUS, fortalecendo-o, este número seria muito menor. Temos políticos eleitos da extrema direita que nem sabem o que é o SUS e quais são seus princípios doutrinários (universalidade, equidade e integralidade), apesar de o atacarem cotidianamente. Podemos, então, dizer que apesar de o SUS nunca ter deixado de ser subfinanciado, os ataques a ele estão se intensificando. Por exemplo, os cortes e contenções orçamentários têm se avolumado, a terceirização e a privatização avançam, e o SUS vai sendo aos poucos estrangulado e descaracterizado.

Logo, mais do que nunca, é necessário não só defendermos o SUS, mas lutarmos por ele. E se o SUS é nossa barreira de contenção ao avanço barbárico e destrutivo da vida, as trabalhadoras e os trabalhadores que o sustentam no dia a dia, que o fazem o SUS e que são o SUS nas suas atuações cotidianas, são a linha de frente da luta por ele.

Sem diminuir nenhuma categoria profissional, gostaríamos de destacar a importância da enfermagem. Categoria majoritariamente feminina, de mulheres e mães que exercem e materializam o cuidado em várias dimensões e esferas de sua vida, a enfermagem é a base de sustentação do SUS. Se é válida a metáfora do SUS como barreira de contenção aos vírus, às doenças, à morte, mas também ao avanço da extrema direita, do neofascismo, da barbárie, a enfermagem tem sido a argamassa deste dique, deste cordão sanitário, ao passo que fornece também os tijolos que o sustentam.
Enfermeiras, técnicas e auxiliares de enfermagem são a maioria da força de trabalho do SUS. Presente em todos os níveis de atenção, a enfermagem garante o cuidado integral e humanizado. Tudo isso, mesmo diante da intensa precarização das condições de trabalho, com baixos salários e jornadas exaustivas; sem nem terem o piso salarial cumprido.

Defender a enfermagem, portanto, é defender o SUS público, universal e de qualidade; e defender o SUS é defender a enfermagem. Sem ela, a barreira de contenção chamada SUS, perde sua sustentação e desmorona.

E na enfermagem, existem aquelas que não apenas sustentam o SUS no dia a dia de suas atuações profissionais, como ainda lutam por ele e cuidam dele, da mesma forma que materializam o cuidado em outras esferas de suas vidas. Estas são ainda mais imprescindíveis, pois entendem que não há dissociação entre técnica e política; a técnica é política; e a política carece de técnica. Estas sabem que tanto ela, como profissional, quanto a outra pessoa que é assistida, acabam sendo atravessadas – mesmo que em posições distintas – pelos mesmos projetos e decisões políticas. A falta de insumos, a fila de espera que nunca termina prejudicam e angustiam ambas.

Por isso, precisamos de quem sustenta o SUS e quem luta por ele e cuida dele nos postos de decisão política. Devemos ser representados por quem vive a realidade do SUS; por quem o conhece e o faz no cotidiano, assim como está nas variadas trincheiras de luta por ele. Precisamos, portanto, de mais enfermeiras militantes do SUS para o legislativo, para a Câmara dos Deputados.

É nesse sentido que apresentamos Karine Afonseca (PSOL) como uma alternativa real para a defesa no DF deste que é o nosso principal cordão sanitário – literal e metafórico – que é o SUS, algo que ela já faz todos os dias.
Karine é mãe do Lorenzo e do Leon. É enfermeira formada pela Universidade de Brasília (UnB), com especialização em Saúde do Idoso e mestrado em Saúde Coletiva pela UnB. Trabalhou na Rede Sarah por 10 anos. Atualmente, é diretora da Associação Brasileira de Enfermagem no Distrito Federal (ABEN-DF), estando licenciada da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, na qual é concursada como Enfermeira de Família e Comunidade. Além disso tudo, Karine é da Resistência, corrente interna do PSOL, militando no referido partido, é conselheira no Conselho de Saúde do Distrito Federal e assessora no mandato do Deputado Distrital Max Maciel (PSOL), estando presente em inúmeros outros espaços e formas de luta pelo SUS, pela enfermagem e por um DF que respeite e cuide de sua população.

Karine tem sido umas das principais vozes e figuras em defesa do SUS no Distrito Federal. Sua luta vem desde a graduação em enfermagem, no movimento estudantil. Nos últimos anos, ela tem se voltado contra o desmonte da saúde pública realizado pelo governo Ibaneis-Celina, e o seu projeto de precarização para a privatização, vide o exemplo do IGES-DF, que avança sobre o SUS distrital. Sua trajetória expressa o cotidiano de quem sustenta os serviços de saúde na linha de frente, articulando cuidado, conhecimento técnico e a sensibilidade – típica de quem cuida.

Ressaltamos também a sua luta pela isonomia salarial da enfermagem, por melhores condições de trabalho para as demais categorias que fazem o SUS (médicos, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, farmacêuticos, fisioterapeutas, dentistas, educadores físicos, biomédicos, fonoaudiólogos, entre outros) e por mais e melhores serviços para assistirem adequadamente à população do DF. Tanto os usuários do SUS quanto as trabalhadoras e os trabalhadores têm sido alvo de um projeto de sucateamento proposital pelo governo Ibaneis-Celina. É difícil, quando não impossível, ofertar uma assistência adequada, quando faltam serviços, equipamentos, e quando não há profissionais suficientes. A própria enfermagem e as demais categorias estão cansadas, sobrecarregadas, adoecidas, vivendo sob tensão constante. A saúde das trabalhadoras e dos trabalhadores do SUS está enfraquecida. Quem cuida precisa ter condições adequadas para isso.

É nesse cenário que precisamos de candidaturas como a de Karine Afonseca, cuja militância não é só no plano da retórica, até porque sua luta é sobre o que ela e tantas outras e tantos outros vivenciam. Uma candidatura que, na verdade, é uma construção coletiva de muitas e muitos que apostam nas saídas coletivas para os problemas coletivos.
Num congresso que se mostra cada vez mais inimigo do povo, precisamos eleger figuras que já se põem a lutar pelo povo. Ora, nada melhor do que eleger aquelas e aqueles que se colocam a lutar e a defender nossa principal conquista e que nos relembra todo o dia que podemos ser muito mais.

Se o SUS é a principal barreira de contenção à barbárie, precisamos de uma enfermeira como linha de frente também na Câmara Federal. Por isso, vamos com Karine Afonseca para deputada federal pelo Distrito Federal.


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