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Breve balanço da greve do operariado da construção civil da Grande Fortaleza


Publicado em: 30 de junho de 2025

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Nestor Bezerra e Clesiberto "Corredor", de Fortaleza (CE)

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Foto: Bruno Rodrigues/Esquerda Online

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Há pouco dias escrevemos um balanço da nossa greve para o jornal do sindicato. Lá dizíamos que as greves ensinam, mas, também, que as greves conquistam. Só os que perderam a noção da história da classe trabalhadora podem desprezar as conquistas que são arrancadas por meio da luta.

Depois de 26 dias de greve, dezenas de milhares de operárias e operários da construção civil da Região Metropolitana de Fortaleza escreveram na convenção coletiva conquistas como um reajuste salarial bem acima da inflação de 4,87%.

Basta ver que os profissionais tiveram aumento de 6,70% e os serventes de 7,70%. Como se isso fosse pouco, a cesta básica foi corrigida em 11,36%, um ganho extraordinário em meio a luta contra a carestia. Ademais, todas as cláusulas sociais foram mantidas, o que significa a proteção de todos os nossos direitos.

Em suma, deixamos o sarrafo bem alto, o que pode ajudar as campanhas salariais de outras categorias a arrancar ganhos reais que protejam o poder aquisitivo de diferentes e variados setores da nossa classe.

No que diz respeito ao auxílio-combustível, uma comissão tentará ao longo do ano produzir uma proposta que dê concretude a essa questão antes da próxima campanha salarial. Algumas vozes podem questionar que essa é uma luta que já se estende por uma década. Só que é preciso entender que, na ordem capitalista, nada é fácil para classe trabalhadora. Até a redação de um direito novo se torna um cabo de guerra.

Devemos confiar que os(as) operários(as) se aproximaram desse objetivo e é possível que comecemos a campanha salarial 2026 com um esqueleto de proposta que permita que, no próximo período, a categoria possa, enfim, usufruir desse benefício.

Para isso conta com alguns trunfos de uma greve de quase um mês, que contou com grande apoio de sindicatos de diversas partes do país. Nela, demonstramos que com organização, disposição de luta, uma vanguarda decidida e uma direção sindical comprometida, além de fundo de greve amarrado à solidariedade de classe, podemos não só garantir a paralisação da produção e as atividades de rua, mas podemos igualmente fazer frente ao poder patronal. Não podemos tudo, mas podemos muito.

Mesmo assim, em 2025 tivemos apenas o ensaio de um movimento grevista que pode ser ainda mais poderoso. Quer dizer: em breve devemos ir a um processo de luta ainda mais incisivo, principalmente se houver uma reanimação das lutas sociais no país. Os patrões não perdem por esperar. Nós apenas começamos.

Nestor Bezerra e Clesiberto “Corredor” são diretores do sindicato e dirigentes da Resistência-PSOL no Ceará


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