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Colunas

A hipocrisia de Janaína Paschoal

Divulgação / Alesp

Janaína Paschoal

Paulo Pasin

Paulo Pasin é metroviário aposentado do Metrô de São Paulo (SP) e ex-presidente da Fenametro (Federação Nacional dos Metroviários).

A gravíssima crise do coronavírus, com suas terríveis consequências para a saúde da nossa população, evidenciou o que sabíamos: Bolsonaro não tem a menor condição de ocupar a Presidência da República. Setores que apoiaram enfaticamente o golpe parlamentar-jurídico- midiático que resultou na eleição desta figura execrável estão agora ensaiando uma “mea-culpa”. A divisão entre eles ajuda a desmascarar toda a extrema-direita. Nada além disso, pois os “arrependidos” apostam no mesmíssimo programa econômico ultraliberal do Paulo Guedes e na restrição das liberdades democráticas.
Muita gente comprometida com as causas populares, a luta da classe trabalhadora e dos oprimidos e com a defesa das liberdades democráticas compartilhou nas redes sociais o discurso da deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP) defendendo a renúncia de Bolsonaro. Não se atentaram que ela defendeu com entusiasmo a posse imediata do general Mourão, seu vice. Com ênfase no seu papel de “comandante” para enfrentar esta “guerra”.
A intensificação da crise, inevitavelmente, levará ao aumento das tensões sociais e legítima preocupação com a propagação do coronavírus. O que certamente será utilizado pelos setores de extrema-direita para reivindicar restrições às liberdades democráticas. A Resistência/ PSOL, em  editorial publicado no dia 16 de março, no Esquerda Online, alertou sobre esse perigo: “A imperiosa necessidade de isolamento social (em particular, das pessoas diagnosticadas com o vírus) não pode, porém, virar pretexto para imposição de quarentenas militarizadas e outras medidas repressivas”.